domingo, 28 de abril de 2019

Dia da Educação

28 de abril - Dia da Educação

Educação como meio de evolução

O Dia Mundial da Educação foi instituído na cidade de Dakar, no Senegal, em 28 de abril de 2000, quando líderes de 164 países  inclusive o Brasil  durante o Fórum Mundial de Educação, decidiram simbolizar o dia unidos por um movimento pela educação mundial com compromissos firmados até 2030. Neste Fórum ficou estabelecido o compromisso dos países de levar a educação básica e secundária a todas as crianças e jovens do mundo.
A data incentiva a construção de valores essenciais para uma sociedade justa e saudável, por meio da educação e participação familiar. Na Assembleia do Senegal, que teve a presença da Organização das Nações Unidas (ONU) o pacto firmado previu, ainda, ações inspiradas em outras conferências internacionais ocorridas na década de 1990, como a do Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992), a Mundial de Direitos Humanos (1993) e a Mundial sobre Necessidades Especiais da Educação: Acesso e Qualidade (1994), além das cúpulas Mundial pelas Crianças (1990) e a Mundial sobre Desenvolvimento Social (1995).
No Dia da Educação, instituições de ensino devem organizar atividades que ajudem a reunir a comunidade e transmitir a importância dos valores educacionais para a formação das pessoas como fator de transformação da coletividade.

A data serve para incentivar e conscientizar a população sobre a importância do processo educativo, seja familiar, escolar ou comunitário, para a construção de valores essenciais na vida em comunidade e do convívio saudável entre os indivíduos.
Muitas pessoas associam a palavra "educação" com o ambiente escolar, o que não deixa de ser correto, porém não deve ser apenas a escola o único instrumento educativo. A família é a base da formação educacional de uma pessoa! Os pais e responsáveis devem estar atentos e participar da formação dos valores sociais, éticos e morais da individualidade, para que esta evolua ao estágio da cidadania, quando a pessoa está inserida numa coletividade de forma saudável e produtiva.

28 de abril - Dia da Educação

Educador & Professor

Um(a) professor(a) professa, transmite conhecimentos usando técnicas para se certificar de que os conteúdos foram entendidos de forma satisfatória, idêntica ou o mais próximo possível do modelo desejado, e desse conhecimento padronizado crie seus conhecimentos individualizados. Por opção ou falta de possibilidade, um(a) professor(a) não se envolve na dinâmica de vida de seu(s) aluno(s) fora do ambiente didático. É um profissional eficiente e útil na medida em que oferece e cobra o que dele se espera, com estratégias e instrumentos pedagógicos adequados à realidade do(s) estudante(s) sob sua responsabilidade. 
Não é fácil ou pouca coisa, como alguns querem fazer crer!

Um(a) educador(a) é um professor(a) que, além de modelo de profissionalismo, é também uma referência como pessoa por sua postura humana e ética. É alguém que além de instruir também educa, transcendendo os limites da eficiência técnica e se tornando exemplo de conduta social. É alguém que elegemos como personificação de quem nós desejamos ser em situações de dúvida ou tensão.
É mais raro e útil do que um(a) professor(a), mas não tão indispensável como alguns querem fazer crer! Um bom professor já acrescenta muita possibilidade e qualidade à vida! 

Significados no Dicionário Online de Português:

Significado de "professar":
1. declarar; reconhecer publicamente; confessar.
2. ter a convicção de.
3. ensinar.
4. fazer votos, entrando para uma ordem religiosa.

Significado de "educar":
1. transmitir conhecimento (instrução); oferecer ensino (educação); instruir.
2. oferecer a alguém o necessário para que consiga desenvolver sua personalidade.
3. tentar alcançar um alto nível de desenvolvimento moral, espiritual etc.; aperfeiçoar-se.
4. fazer com que um animal selvagem obedeça; domesticar.
     Fonte: https://www.dicio.com.br/educar  


Educação & Instrução

Como se lê no Dicionário da Língua Pedagógica, de Paul Foulquiè, o conceito de instrução significa "atividade que tem em vista a aquisição das qualidades morais e das virtudes sociais". No mesmo dicionário, a palavra "educar" vem do latim "ducere" que significa "conduzir para fora de", sendo portanto a lógica educativa orientada para o pleno desenvolvimento da pessoa, alargando as perspectivas de crianças, jovens e adultos por toda a vida.
Em minha opinião há diferença entre educação e instrução! Instrução consiste em ensinar, lecionar, transmitir conhecimentos – é responsabilidade da escola! Educação consiste no desenvolvimento de faculdades morais, intelectuais e físicas, dentro de regras de conduta e costumes sociais – é responsabilidade da família! Portanto, a instrução é uma das partes da educação, sendo esta um patrimônio pessoal que define a pessoa na cidadania, profissão e intimidade.

Atualmente há pressão nos professores para "aulas show" (com música, teatro, piadas, roupas e outros efeitos especiais) para manter o interesse do aluno. Usar tais recursos é interessante, mas não necessário na maioria dos assuntos! É responsabilidade de quem quer ou precisa aprender manter a motivação no processo, como consequência de uma educação familiar que valorize e oriente a instrução dentro de um projeto de vida. 
Não é o aluno que faz um favor à sociedade em permanecer na escola e aprender, é a sociedade que faz um favor ao aluno (e sua família) em disponibilizar escolas públicas (apesar das deficiências) para que possa se desenvolver! Se não há atenção familiar para a instrução, haverá deficiência na educação pessoal e social!

O melhor meio pedagógico foi, é e sempre será a vontade (de aprender e de ensinar). Ar condicionado, internet, dinâmicas de relaxamento e outros mimos didáticos oferecem mais conforto, diversão e rendimento aos que querem se envolver com o processo educacional, mas não são obrigatórios ou garantia de resultado quando não se tem comprometimento com o aprender (ou o ensinar). 
Para que haja instrução, bastam existir meio de ensino e finalidade de aprendizado, por mais simples ou deficientes que sejam. Para que haja educação, é necessário um plano de vida onde usá-la e atenção constante para cultivá-la e mantê-la!

Desejo mais educação e evolução para nós como indivíduos e como cidadãos de uma nação!

Educação & Transformação

Frases sobre Educação:

"É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade.
( Allan Kardec )

"O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.
Immanuel Kant )

"Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância.
Derek Bok )

"Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento."
( Sir Arthur Lewis )

"A educação é a descoberta progressiva da nossa ignorância."
( Will Durant )

"Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos."
( Pitágoras )

"Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.
( Esopo )

Fontes de referência:

Calendarr

Escola da Inteligência
Você conhece o Dia Mundial da Educação? Saiba mais sobre a data.
https://escoladainteligencia.com.br/voce-conhece-o-dia-mundial-da-educacao-saiba-mais-sobre-a-data 

Eduqa.me

Pensador
50 frases que refletem a importância da educação para o mundo

sábado, 13 de abril de 2019

Paixão devoradora


O segredo

No sobrado em que funcionou, há tempos, um departamento do Ministério da Agricultura, situado atrás da igreja de São Gonçalo Garcia, residia outrora um opulento capitalista, de nome Rogério, casado com uma senhora cuja perversidade era o terror da mísera escravaria às suas ordens.
Entre os escravos havia uma jovem mulata chamada Julieta, cuja beleza e juventude alvoroçaram, logo que chegou, os sentidos do senhor, homem forte, másculo e ainda relativamente moço.
A maneira branda por que, desde o primeiro dia, começou a tratar a nova escrava, despertou incontinente os ciúmes da esposa, dona Jacinta, que exigiu o mais depressa possível a venda da rapariga, com o que não concordou Rogério, visto as razões secretas que tinha para conservá-la em seu poder.
Suspeitando do esposo, pôs-se dona Jacinta a espioná-lo, habilmente, e foi sem grande dificuldade que ficou sabendo que Julieta era algo mais do que simples escrava...
Não deu a menor demonstração do que acabava de verificar. Tornou-se até mais carinhosa para com o marido, a quem, dali por diante, deixou de falar na venda de Julieta.
Um mês depois, Rogério fazia anos. A mulher quis, ela própria, fazer o jantar. Aliás, não foi um jantar apenas melhorado que dona Jacinta apresentou no dia, mas um verdadeiro banquete. Era grande a variedade de pratos que enchiam a mesa, mas, entre todos, aquele de que mais gostou Rogério foi um de picadinho de coração, muito de seu agrado e de que só ele comeu e repetiu mais de uma vez, deliciado.
Findo o repasto, horas depois, precisou de Julieta. Chamou-a em voz alta. Não teve resposta. Estaria no quintal? Gritou da varanda, com mais força. A rapariga não respondia. Mandou que a procurassem. Ninguém a encontrou. Desconfiado de que a mulher a tivesse vendido à sua revelia, interpelou-a ardilosamente:
– Será que a mandaste a alguma parte, Jacinta?
– A Julieta?
– Sim, a Julieta! – exclamou Rogério, já de mau humor.
– Bem, o coração tu o jantaste... O resto não sei... pergunta ao Bento...
Tudo fora feito em segredo: o assassínio, a abertura do peito, a retirada do coração, com a desgraçada ainda viva, fortemente amarrada e com a boca entupida de pano, para que não se ouvissem seus gritos. Em seguida, o enterro ali mesmo, onde se consumara o hediondo crime.
Os escravos sabiam que Julieta tinha ido, durante o dia, com a senhora e o Bento - escravo mau, que aplicava os castigos - para uma capoeira próxima da cisterna. Depois disso, nunca mais a viram. Curiosos, perguntaram ao odiado companheiro e algoz o que tinham ido fazer os três no lugar de onde não mais voltara a bonita mulatinha.
– Ali há um segredo. Não posso dizer... Pagaria com a vida...
E o local da tragédia ficou sendo, para os escravos, O Segredo – denominação esta que, mais tarde, se estendeu aos arredores e até hoje se conserva.

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Texto adaptado do livro “Contam que...”, de Lincoln de Souza.
Págs. 45 a 50.

Livro : Contam que...
( Lincoln de Souza )
Toda cidade antiga tem suas lendas e São João del-Rei (MG) não foge desta regra. Estas lendas foram transmitas por tradição oral ao longo de gerações até serem reunidas num livro para registrá-las. Lincoln de Souza escreveu em 1920 o livro "Contam que..." com as 12 lendas mais famosas da cidade.
Editado e relançado diversas vezes, este livro foi uma das inspirações para a realização do projeto teatral turístico "Lendas São Joanenses", que encena alguns destes "causos" pelas ruas da cidade histórica.
São histórias de mistério e horror, mas nada muito diferente daquelas que costumávamos ouvir nas rodas entre amigos ou de pessoas mais velhas, quando fazíamos alguma travessura...

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Para ler o livro na íntegra, acesse: