sábado, 26 de janeiro de 2019

Títulos de nobreza


Coroas representativas da hierarquia nobiliárquica nos brasões de nobreza

A origem dos títulos de nobreza (também conhecidos como Títulos Nobiliárquicos*), no Ocidente, remonta ao fim do Império Romano, no ano de 476, desintegrado com sucessivas invasões de povos asiáticos e europeus vindos do leste! Quando o exército romano deixou de existir, os ricos proprietários de terras e escravos nos territórios do extinto império tiveram que organizar defesas de sua casa e família, cada um criando milícias com escravos e mercenários (do extinto exército imperial e dos povos germanos), construindo inicialmente cercas e torres de madeira para proteger a sede da propriedade e fazendo alianças de defesa com vizinhos. Com o passar do tempo, estas grandes propriedades aprimorariam e ampliaram seus exércitos particulares e suas defesas com construções utilizando pedra e se tornariam os feudos, embriões dos reinos europeus. Os pactos de apoio para defesa se tornariam mais complexos e passariam a tratar de tributação dos habitantes e de ataque a vizinhos. Essas alianças e a necessidade de administração de territórios cada vez maiores são a motivação para a criação dos títulos de nobreza! 

*  Significado de "nobiliarquia":
1. Análise detalhada da origem ou da história das famílias nobres de um país.
2. Livro que contém o registro (apelidos, origens, brasões e serviços) das famílias nobres de um país.
3. Classe da qual fazem parte os nobres; nobreza.

Os chefes de cada território autônomo, no retalhado continente europeu no século 5, adotaram o título de "Rei"**, como herança cultural dos romanos, que no início de sua história, antes de formarem um império, formaram o Reino Romano, onde o Rei acumulava funções executivas, judiciais, legislativas e religiosas. Era esta a realidade em cada um dos feudos que se originaram do esfacelamento com o fim do poder centralizado do Império Romano. 
A expressão "Rei" de então tinha uma significação de comando supremo, sem ligação com o divino (esta ligação seria retomada ao longo da Idade Média, através dos pactos entre os reis e a Igreja Católica). Os nobres formavam uma elite de parentes ou súditos que ajudavam o rei na conquista de novas terras e manutenção das já possuídas.
Na medida em que um senhor feudal se tornava forte o suficiente para ser considerado rei de uma região e dominava territórios mais amplos, ele precisava delegar poder a pessoas de confiança, dando-lhes status e privilégios em troca de apoio. Essas pessoas geralmente eram os chefes militares locais, que através de acordos militares ou econômicos se comprometiam a tornar-se aliados do rei ao invés de opositores.

** Origem da expressão "Rei":
A palavra “rei” tem a sua origem no latim, é derivado de "rex", que tem o mesmo significado. Por sua vez, esse vocábulo latino se derivou de "reg", que vem da língua indo-europeia, significando “andar em linha reta”, porém ganhou o sentido de “guiar, comandar, dirigir”.

A aristocracia europeia criou, no século 5, cinco títulos de nobreza, na seguinte ordem hierárquica:

1 – Rei
O primeiro escalão da nobreza tem sua origem ainda na Idade do Cobre (3.300 a.C. a 1.200 a.C.), na Suméria (no sul da Mesopotâmia, atual sul do Iraque e Kuwait), que se tornou conhecida como "terra de reis civilizados" devido à organização de língua, leis, tributação e exércitos para administrar grandes territórios contínuos com poder centralizado. Nesta região se tem (no Ocidente) as primeiras designações de "Rei" como aquele que governa a todos, tendo origem entre os deuses e habitando entre os homens.

2 – Duque
O segundo escalão da nobreza tem sua origem no Império Romano, cujos comandantes militares recebiam o nome de "dux" ("aquele que conduz", em latim). Na Espanha, os duques eram os mais importantes generais da Coroa. Já em Portugal, o título era outorgado apenas aos filhos do rei ou a parentes bem próximos. Na Itália, os duques eram os responsáveis pela administração de cidades e províncias. Na Rússia, existia ainda o título de grão-duque, entre o duque e o rei. A mesma posição foi instituída pela família real austríaca, em 1358, com o nome de arquiduque.

3 – Marquês
De hierarquia inferior apenas ao duque, seu nome vem do provençal, dialeto medieval do sul da França. Ali se chamava originalmente de marquês o governador de fronteira – ou "Governador de Marca". As marcas (ou marquesados) eram distritos territoriais que tinham a função especial de zona de proteção em regiões fronteiriças ou mal pacificadas. Nesses locais, o marquês tinha amplos poderes, respondendo tanto pela administração civil quanto pela defesa militar.

4 – Conde
Na Roma antiga, a palavra latina "comes" ("aquele que acompanha") – que também deu origem à palavra "comitiva" – referia-se àqueles que moravam junto com o imperador: assessores, conselheiros e oficiais palacianos. Entre os francos, o mesmo nome era dado a juízes e governadores distritais. Aqueles que eram ligados à Corte levavam o título de condes palatinos e gozavam de grande influência. O valete, conhecido das cartas do baralho, é o mesmo que conde.

5 – Barão
O termo germânico "baro" significava originalmente "homem livre", embora os oficiais assim chamados fossem dependentes diretos do rei. O título era oferecido a pessoas de destaque nas mesmas funções básicas dos outros cargos da nobreza: governar territórios e comandar exércitos. Na Idade Média, os barões administravam grandes propriedades rurais e eram desobrigados de pagar tributos ao rei referentes à suas famílias, mantendo-se as taxas referentes aos camponeses por eles controlados. 

Por volta do século 9, com o crescimento do tamanho e complexidade dos territórios num reino, foi criado o título de Visconde, o mesmo que "vice-conde" (do latim "vicecomes", o substituto do conde), designado para desempenhar suas funções quando o Conde estivesse impedido ou ausente. A partir do século 10, o título passou a ser hereditário, outorgado também aos filhos dos condes.

O Rei comandava o Reino, o Duque comandava o Ducado, o Marquês comandava o Marquesado (ou Marca) e o Conde comandava o Condado. As terras sob o comando do Barão não possuíam designação específica. 
Numa comparação com nossa atual república, o território do condado (governo municipal) estava englobado e subordinado a um ducado (governo estadual) que obedecia ao comando central do reino (governo federal). As marcas poderiam ou não ser subordinadas a um condado, mas tinham autonomia para atuação, respondendo diretamente ao ducado ou mesmo ao Rei, dependendo da situação. 
O Marquês tinha um caráter eminentemente militarista, com prioridade para manter a ordem e posse do território sob sua responsabilidade, por isso gozava de relativa autonomia para promover agilidade em suas ações (com poderes para prender, julgar e executar com rapidez se necessário) contanto que suas decisões não fossem diretamente contrárias às ordens reais.

Império Carolíngio (Rei Carlos Magno - 768 a 814) com seus territórios de Marcas

Península Italiana em 1084

Desde o século 5, os reis europeus governavam através de dinastias (poderes transmitidos através de membros de uma mesma família) que, por sua vez, viviam cercadas de agregados que formavam uma elite social. Esses agregados (nobres) – primeiros antepassados da chamada fidalguia – se distinguiam do resto da população (camponeses e escravos) tanto por laços de parentesco com o rei, quanto por serviços prestados a ele, como resolver litígios e conquistar novas terras para a Coroa. O costume, então, era dividir o patrimônio igualmente entre os herdeiros, mas o título de nobreza não era hereditário, e após a morte do nobre seus descendentes tinham que negociar a concessão do título com o rei, geralmente oferecendo-lhe parte de suas riquezas e exército, o que fortalecia a capacidade militar e política do rei na mesma medida em que enfraquecia as capacidades dos nobres, como mecanismo de garantia de submissão da nobreza à realeza.
Com a queda do Império Carolíngio, no reinado de Carlos Magno (768-814), derrubado pelas invasões de hunos e vikings, a defesa de cada território e sua comunidade, função primária da realeza, passou para os senhores feudais de cada castelo, aumentando-lhes o poder e disseminando entre eles os títulos de nobreza, a partir do século 9. Também a partir desse século, como consequência do enfraquecimento do poder central do rei, os títulos se tornaram hereditários, passando de pai para filho e dando mais poder às famílias, ao invés de pessoas (até então o habitual entre os reis era a concessão de títulos apenas para a pessoa, como forma de controle mais estreito de sua capacidade de enriquecimento e, consequentemente, tornar-se uma ameaça ao rei).
Os nobres ganhavam mais autoridade jurídica e militar sobre o território concedido pelo monarca. Entre outras coisas, eles cobravam impostos, cuidavam das fronteiras e recrutavam exércitos.

A relação de hierarquia dos títulos de nobreza é diversificada. Na maioria das monarquias tradicionais, atuais e antigas, segue-se a seguinte relação de hierarquia:

Imperador (César, Czar, Kaiser)
Rei
Regente
Príncipe Imperial
Príncipe Real
Grão-Príncipe
Príncipe
Infante
Arquiduque
Grão-Duque
Duque
Conde-Duque (título espanhol dos condes de Olivares e duques de Sanlúcar la Mayor)
Marquês
Conde
Conde-Barão (título português do século XIX, atribuído aos condes e barões de Alvito)
Visconde
Barão
Baronete
Cavaleiro 
Escudeiro

O imperador é considerado superior ao rei porque um império possui territórios espalhados em diferentes continentes, o que aumenta a área de influência política, econômica e militar; se comparado a um reino que é uma extensão contínua de terras, portanto com área de abrangência mais restrita.

Rainha Elizabeth II e Príncipe Philip (Inglaterra) em 2017

Um "Brasão de Nobreza" é uma representação de um indivíduo ou família com posse de título de nobreza. Quando se ganha um título de nobreza, é também criado um brasão que represente o nobre e seus descendentes. Uma eventual pobreza não faz perder o título e a representação da nobreza, estes só podem ser retirados pelo rei ou imperador, geralmente por traição.
Os títulos nobiliárquicos ou de nobreza têm várias origens: podem ser hereditários ou então foram atribuídos a um indivíduo como distinção pelos altos serviços prestados à Casa Real ou à nação. Durante a Idade Média, esses serviços eram essencialmente feitos militares de bravura. Mais tarde, durante o século 19, era comum conceder mercês nobiliárquicas a indivíduos plebeus que se destacassem política, social ou economicamente.
A principal característica do Brasão de Armas de um titular de nobreza é a coroa ou o coronel. Denomina-se por "coronel" uma coroa que é aberta. Quando ela é fechada (imperadores, reis, príncipes, etc.) chama-se "coroa", sendo esta superior ao "coronel".
Além da coroa ou coronel, um brasão inclui elementos exteriores que simbolizem o nome do título ou posses e feitos singulares: cores, elmo, timbre, paquife, correias e virol. É opcional a presença do listel (faixa) abaixo, com o título de nobreza ou o lema familiar.

Heráldica:
1. Ciência do estudo da origem, evolução e significado dos brasões de armas ou escudos;
2. Arte da descrição e da criação de brasões.
As origens da heráldica remontam aos tempos em que era necessário distinguir os participantes das batalhas e dos torneios, assim como descrever os serviços por eles prestados e que eram pintados nos seus escudos. 
Ao ato de desenhar um brasão dá-se o nome de brasonar. A arte de brasonar segue uma série de regras: a primeira coisa que é descrita num escudo é o esmalte (cor) do campo (fundo); seguem-se a posição e esmaltes das diferentes figuras (objetos) existentes no escudo. Estas cargas são descritas de cima para baixo, e da direita para a esquerda. 
     Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%A1ldica 

Brasões de Condes Portugueses

Brasão da família Fernandes (Espanha)

Vídeos:

TV Imperial
Qual a diferença entre os títulos de nobreza?
( 4:17 )

Adriano da Silva
Títulos de Nobreza - História em Minutos
( 5:59 )

Fontes de referência:

Wikipédia
Título Nobiliárquico
https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%ADtulo_nobili%C3%A1rquico 

Superinteressante
Como se organiza a nobreza?
https://super.abril.com.br/historia/como-se-organiza-a-nobreza 

Draco Blog
Títulos de Nobreza - Modo de usar
https://blog.editoradraco.com/2011/07/titulos-de-nobreza-modo-de-usar 

Wikipédia
História do Mundo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_mundo 

Wikipédia
Reino de Roma
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Roma 

Reidarmas
Brasão de Nobreza
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Assunto relacionado publicado neste blog:

Império X Reino
 

sábado, 12 de janeiro de 2019

Amaldiçoados


Mula sem cabeça
Mulas sem cabeça e lobisomens
Autora: Angela Xavier

A época mais propícia a aparições de mulas sem cabeça e lobisomens é na Quaresma. Parece que muito coisa ruim fica solta neste período.
É do conhecimento geral que, se uma mulher se relacionar com um padre, vai virar mula sem cabeça na quaresma. A criatura sai pelas ruas da cidade, soltando fogo pelo pescoço, e precisa bater o casco no adro de sete paróquias em cada noite para voltar à forma humana, por isso geralmente está correndo. Quando o sol surge, a transformação desaparece se as igrejas foram visitadas.
O Sr. Tito jura que uma vizinha sua vira mula. Contou que, numa noite, a irmã dessa mulher foi ao seu quarto e viu que, deitada na cama, estava a cabeça de sua irmã, mas sem o corpo. Tem um detalhe que denúncia estas mulheres: se ela aparecer mancando no dia seguinte, isso é sinal de que ela virou mula.
Tem um jeito para se apanhar uma mula sem cabeça: deve-se deixar um terço onde faltam algumas contas no local onde ela vai passar. Quando ela vê um terço faltando contas, fica aflita com a imperfeição num instrumento de salvação da alma e interrompe com sua correria para ver se encontra as contas que faltam. Esse é o momento de capturá-la!
Para evitar que a amante se torne uma mula sem cabeça, o padre precisa amaldiçoá-la no altar sete vezes antes de rezar uma missa.



Já o lobisomem tem sua origem controvertida. Alguns afirmam que o sétimo filho homem do sétimo filho ou filha de uma família se torna lobisomem nas noites de lua cheia. Se a criança nascer mulher, escapa da maldição. Outros afirmam que esta é a sina de homem que bate na própria mãe. Há também quem afirme que este é o destino de homens que cometeram maldades durante a vida e foram amaldiçoados por suas vítimas. Depois da morte, seus espíritos ficam aprisionados num corpo que nunca se desmancha por completo, saindo deste apenas nas noites de lua cheia como lobisomens e para este retornando ao final de cada noite. Este seria o destino de alguns senhores e feitores que martirizavam os escravos.
Os lobisomens surgem depois da meia noite e, raivosos, atacam quem cruze seu caminho até que o galo cante pela primeira vez, quando normalmente se recolhem, aguardando o surgimento da luz do sol, que acaba com sua transformação e eles podem dormir e descansar. Costumam amanhecer no dia seguinte arranhados, descabelados e com pedaços de tecidos ou outras coisas entre os dentes. Quando está na forma humana, o lobisomem tem pelos no corpo e dentes mais pontiagudos que o habitual. Gosta de comer carvão e fralda de criança, que geralmente arranca do varal.
Se uma pessoa acredita que está prestes a ser atacada por um lobisomem, deve parar, fechar os olhos, a boca e as mãos escondendo as unhas, porque o lobisomem só enxerga estas partes do corpo e os movimentos, tendo uma audição de ser humano e não tendo olfato, para sorte de suas possíveis vítimas.
Um senhor que conheci me relatou que possuía uma casa com um quintal muito grande, quase do tamanho de um quarteirão, e procurava alguém para capiná-lo. Indicaram para ele uma pessoa, de um distrito próximo a Ouro Preto, que era bom de serviço. O senhor entrou em contato com ele e o contratou para o serviço.
No início da manhã o capinador chegou. O homem tinha uma característica marcante: um olho era azul e o outro era verde. O capinador era um senhor que passava dos cinquenta anos, magro e alto, de poucas palavras e olhar esquivo. A esposa do dono da casa estava na cozinha, fazendo o café, quando o capinador chegou à porta. Ela levou um susto ao vê-lo todo arranhado. Ele explicou a ela que tinha sido atacado na noite anterior por um bicho bravo, que não tinha conseguido identificar, mas do qual conseguiu fugir ao correr e se trancar dentro da sua casa. O senhor que o contratara para a capina entrou na cozinha durante a explicação e, desconfiado, resolveu levar de volta, em seu automóvel, o capinador para sua casa, inventando uma desculpa que tinha surgido um compromisso imprevisto para o casal e a capina teria que ser realizada outro dia. Depois e deixar o estranho homem em frente a sua casa no lugarejo onde vivia, parou num botequim que lá havia e, conversa vai, conversa vem, soube que o capinador virava lobisomem e que todos ali evitavam contato com ele. Tempos depois, quando o capinador entrou em contato, o senhor mentiu que um parente tinha se oferecido para capinar o quintal gratuitamente e que, quando precisasse, ele seria procurado.   
Dizem que o seu Raimundo, da rua do hospital, também virava lobisomem. Ele pulava a janela e saía pelas ruas, arrumando confusão com os cães do bairro e os bêbados dos botecos próximos. Só voltava quando estava amanhecendo. No dia seguinte, quando ele ria, tinha retalhos de roupa entre os dentes. Morreu novo ainda.

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Texto adaptado do livro “Tesouros, fantasmas e lendas de Ouro Preto”, de Angela Leite Xavier.
Págs. 238 a 240.
Edição do Autor; Ouro Preto (MG); 2009 (2ª edição).

Obs.: Esta postagem foi realizada mediante prévia autorização da autora.

Para mais "causos" e contos de Angela Xavier, acesse o blog dela:
Compartilhando Histórias
http://www.angelaleitexavier.blogspot.com.br 

Livro : Tesouros, fantasmas e lendas de Ouro Preto

O livro reúne mais de 70 histórias, ambientadas do século XVIII até início do XX, coletadas junto a moradores ou em livros sobre a cidade. Olavo Romano, responsável pelo prefácio, afirma que "Ouro Preto era cheia de fantasmas, uma cidade mal iluminada, repleta de capelas e cemitérios, onde ninguém saia de casa depois das 21 horas. Trata-se de um livro que narra a História de Ouro Preto de uma forma agradável, à maneira dos contadores de histórias, e está entremeada de lendas e causos. Começa chamando a atenção do leitor para a necessidade de se preservar aquilo que faz parte da nossa memória e relata a descoberta do ouro, os conflitos que surgiram no início e as revoltas". 
A ênfase do livro é dada às histórias dentro da História, nas curiosidades que os livros de História não relatam, na sociedade que se formou ao redor das minas de ouro com suas crenças, seus valores e sua religiosidade. Relatos de grandes festas, de muitos casos assombrados e tesouros escondidos. A ilustração, com desenhos em bico de pena, é do artista plástico ouro-pretano José Efigênio Pinto Coelho.