O jogo de bola mesoamericano era um desporto com associações rituais religiosas, praticado ao longo de mais de 3000 anos pelos povos da Mesoamérica antes da chegada dos europeus. A Mesoamérica compreende a região que vai do sul do México à Costa Rica, na América Central.
Uma versão moderna do jogo chamada ulama continua a ser jogada em alguns locais pelos habitantes locais. Centenas de campos de jogo de bola pré-colombianos foram encontrados desde o Arizona (EUA) até a Nicarágua e também em várias ilhas do Caribe como Cuba e Porto Rico, o que demonstra a popularidade deste esporte. Apesar de ser jogado casualmente como simples recreação, inclusivamente por mulheres e crianças, o jogo tinha também importantes aspectos rituais, e grandes jogos formais eram realizados periodicamente.
A maioria dos campos de jogo de bola tinham forma de “i” maiúsculo, com uma zona central comprida e estreita, com paredes inclinadas ou com degraus em ambos os lados, pintadas com cores fortes, que eram usadas pelos jogadores na disputa pela bola. Essas paredes mediam em média de 2 a 4 metros de atura. As extremidades do campo de jogo aparentemente recebiam estruturas temporárias onde os espectadores se sentavam. Estima-se que o tamanho médio dos campos de jogo fosse 36.5 por 9 metros, apesar de existir uma grande variação de acordo com o tamanho da cidade onde está localizado. O maior de todos os campos de jogo conhecidos é o campo principal de Chichén Itzá (México), com 140 metros de comprimento e 35 de largura (maior que um campo de futebol), não possui rampas inclinadas em suas laterais e seus muros medem 6 metros de altura.
Os campos, em especial aqueles situados nas principais cidades maias do período clássico tardio, eram espaços públicos utilizados para diversos acontecimentos culturais da elite e para atividades rituais como atuações musicais e festivais. Muitas vezes músicos tocavam durante os jogos. Cabeças esculpidas e muitas vezes cabeças troféu (de jogadores de times derrotados) eram cravadas em placas de madeira em volta do campo.
A bola era de borracha compacta feita a partir de látex obtido de uma árvore (Castilla elástica) nativa das áreas tropicais do sul do México e da América Central. Esta bola variava de tamanho de acordo com o local e ao longo do tempo, medindo de 20 a 30 cm de diâmetro e pesando de 1,5 a 4 quilos. O peso e força desta bola dura às vezes causavam fraturas e mortes nos jogadores.
A bola era de borracha compacta feita a partir de látex obtido de uma árvore (Castilla elástica) nativa das áreas tropicais do sul do México e da América Central. Esta bola variava de tamanho de acordo com o local e ao longo do tempo, medindo de 20 a 30 cm de diâmetro e pesando de 1,5 a 4 quilos. O peso e força desta bola dura às vezes causavam fraturas e mortes nos jogadores.
Os jogadores utilizavam proteções acolchoadas por algodão, enroladas à volta de placas geralmente feitas de madeira colocadas na cintura. Peles de veado e jaguar pintadas com cores fortes eram usadas à volta das coxas proporcionando proteção adicional. Os jogadores utilizavam também almofadas nos joelhos e proteções nas pernas e antebraços. Em certas ocasiões rituais ou politicamente importantes, os jogadores usavam elaborados ornamentos de cabeça ou máscaras, que muitas vezes foram retratados em vasos de cerâmica pintada encontrados em trabalhos arqueológicos.
O objetivo do jogo era enviar a bola através de um de dois aros verticais colocados um de cada lado do campo de jogo. A quantidade de jogadores por time podia variar de dois a cinco, mas normalmente cada time era composto por sete jogadores. Na versão mais comum do jogo, a bola era atirada à mão para o campo e a partir desse momento os jogadores apenas podiam bater a bola de um lado para o outro do campo com as coxas, braços e quadril (sem chutar ou agarrar com as mãos), até atravessar a bola pelo aro da equipe adversária, colocado na parede lateral do campo. Geralmente, a partida terminava quando uma das equipes marcava o primeiro gol, mas a vitória poderia também ocorrer com uma quantidade de gols estabelecidos previamente.
Tratava-se de um jogo extremamente violento. Ocorriam frequentemente ferimentos graves infligidos pela bola densa e pesada ou por outros jogadores e as mortes eram relativamente comuns. Não se sabe se era permitido o contato físico proposital e contínuo entre os jogadores ou apenas os ocorridos na disputa pela bola.
O objetivo do jogo era enviar a bola através de um de dois aros verticais colocados um de cada lado do campo de jogo. A quantidade de jogadores por time podia variar de dois a cinco, mas normalmente cada time era composto por sete jogadores. Na versão mais comum do jogo, a bola era atirada à mão para o campo e a partir desse momento os jogadores apenas podiam bater a bola de um lado para o outro do campo com as coxas, braços e quadril (sem chutar ou agarrar com as mãos), até atravessar a bola pelo aro da equipe adversária, colocado na parede lateral do campo. Geralmente, a partida terminava quando uma das equipes marcava o primeiro gol, mas a vitória poderia também ocorrer com uma quantidade de gols estabelecidos previamente.
Tratava-se de um jogo extremamente violento. Ocorriam frequentemente ferimentos graves infligidos pela bola densa e pesada ou por outros jogadores e as mortes eram relativamente comuns. Não se sabe se era permitido o contato físico proposital e contínuo entre os jogadores ou apenas os ocorridos na disputa pela bola.
Em algumas ocasiões, as cerimônias após a partida incluíam o sacrifício do capitão e de outros jogadores da equipe derrotada. O crânio de um perdedor (normalmente o capitão do time derrotado) podia ser utilizado como o núcleo à volta do qual se fazia uma nova bola. Os sacrifícios humanos tornaram-se um desfecho comum para as partidas do Jogo de Bola Mesoamericano, particularmente nos campos de jogo de cidades poderosas. Os nobres maias do clássico tardio eram ao mesmo tempo guerreiros e jogadores de bola. Os prisioneiros de guerra jogavam com os vitoriosos, com um desfecho pré-determinado. Após o jogo, que era uma reconstituição ritual da derrota de uma cidade-estado, os cativos eram muitas vezes decapitados ou os seus corações eram arrancados num sacrifício de sangue. As paredes do principal campo de jogo de bola da cidade de Chichén Itzá retratam equipes adversárias com o líder da equipe vencedora segurando a cabeça decapitada do líder adversário.
Os putunes e os toltecas foram os difusores da prática e não existem testemunhos do jogo de bola praticado pelos maias do período clássico, mas talvez o jogo praticado pelos astecas e testemunhado pelos espanhóis no século XVI possa ser comparável. No jogo de bola asteca perdia pontos o jogador ou equipe que deixasse a bola tocar no solo mais de uma vez antes de enviá-la de volta ao meio-campo adversário, que deixasse a bola sair do campo ou que falhasse na tentativa de fazer a bola de borracha atravessar os aros colocados em cada parede lateral.
Campo de jogo de bola zapoteca em Yagul (México)
Imagem: pt.wikipedia.org
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Campo de jogo de bola em Copán (Honduras)
Imagem: en.wikipedia.org
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Campo de jogo de bola em Chichén Itzá (México)
(Veja na parede à direita o aro por onde a bola deveria passar)
Imagem: flickr.com
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Aro do campo de jogo de bola em Chichén Itzá (México)
Imagem: pt.wikipedia.org
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Wikipédia
Jogo de bola mesoamericano
Discovery Brasil
O jogo de bola
O Globo
Time de guerreiros
Estes vídeos foram gravados no México em 2010 e 2011 como exibição em uma programação turística, portanto obviamente não têm as mesmas características e energia com que os jogadores disputavam por suas próprias vidas ou prestígio social em questões políticas ou ocasiões religiosas.
Jogo de bola mesoamericano
( 0:39 )
Este vídeo mostra os times passando a bola um para o outro como exibição da dificuldade do controle da bola. O jogo não tinha essa dinâmica e sim a de, a partir do momento que a bola era jogada no campo, os jogadores dos times competirem pelo controle da bola.
Xcaret – Teatro Gran Tlachco
( 4:04 )
Este vídeo mostra a dificuldade de se marcar um ponto (ou gol), mesmo quando os times estavam se exibindo, sem disputa de bola.
Suas histórias sempre nos atiçam a curiosidade. Parabéns pelo cuidado com que faz a pesquisa para nos presentear com um texto tão rico!
ResponderExcluirBom fim de semana!
Dalva
Obrigado pelo elogio, Dalva.
ExcluirRealmente gasta um bom tempo pesquisar e conferir informações e imagens, mas fico satisfeito em ver que a postagem incentiva novas percepções e reflexões sobre o mundo que nos cerca.
É isso que gosto na História e fico feliz em saber que você compartilha desse encantamento pelo novo, mesmo quando falamos do que é antigo.
Abraço.
Sylvio, será que foi desse ulama que a J. K. Rawlings criou o Quadribol do Harry Potter?
ResponderExcluirOi Jorge.
ExcluirNão descarto a possibilidade. Verdade que os resultados do jogo mesoamericano são bem mais heavy metal do que o Quadribol.
Tem coisas na História que parecem uma fantástica ficção...