PowerPoint (PPS)
Autor: Sylvio Bazote
Em 2010 realizei um antigo desejo de viajar pelas principais cidades históricas mineiras.
Meu critério para definir uma cidade como histórica é, antes de tudo, ter um trecho de seu setor urbano preservado, de modo que, andando pelas ruas, se pode ter uma considerável sensação de ter voltado no tempo e imaginar como as pessoas viviam.
Realizei algumas pesquisas prévias e peguei a estrada em quatro viagens. Quero compartilhar com você algumas cenas que presenciei e informações.
A maioria das fotos que está em tela cheia e algumas em pé nesta apresentação foram feitas por mim com uma máquina digital Kodak de 7 Megapixels, destas bem simples. Quero salientar também que, além de não ter nenhum equipamento especial (como tripé, lentes específicas e por aí vai), não tenho curso de fotografia e me guio pelas noções óbvias de enquadramento e luz. Digo isso para deixar claro que se você achar alguma dessas imagens bonitas é mais por mérito do local que do fotógrafo. As cidades são tão lindas que basta um pouco de tempo e sorte para fazer fotos que parecem material de profissional.
Meu critério para definir uma cidade como histórica é, antes de tudo, ter um trecho de seu setor urbano preservado, de modo que, andando pelas ruas, se pode ter uma considerável sensação de ter voltado no tempo e imaginar como as pessoas viviam.
Realizei algumas pesquisas prévias e peguei a estrada em quatro viagens. Quero compartilhar com você algumas cenas que presenciei e informações.
A maioria das fotos que está em tela cheia e algumas em pé nesta apresentação foram feitas por mim com uma máquina digital Kodak de 7 Megapixels, destas bem simples. Quero salientar também que, além de não ter nenhum equipamento especial (como tripé, lentes específicas e por aí vai), não tenho curso de fotografia e me guio pelas noções óbvias de enquadramento e luz. Digo isso para deixar claro que se você achar alguma dessas imagens bonitas é mais por mérito do local que do fotógrafo. As cidades são tão lindas que basta um pouco de tempo e sorte para fazer fotos que parecem material de profissional.
Por último, quero deixar algumas opiniões sobre as cidades:
- Diamantina: Uma linda cidade encravada no alto de uma montanha, cercada de pedras por todos os lados. Região rústica, de uma beleza diferente de todas as outras cidades histórias em Minas. Belo casario, bem conservado, com bons museus, lar de personalidades históricas e o que mais gostei: a parte nova da cidade segue um estilo arquitetônico parecido com a parte histórica, então você tem que estar atento para saber onde começa um e termina o outro. Achei muito legal esta continuidade estética! Algumas de suas ladeiras íngremes e retas são incrivelmente longas. Natureza exuberante, com grutas e cachoeiras e belos locais urbanos para fotos, mas um grande problema: violência! Desde que cheguei na cidade até a hora de partir ouvi tantos avisos dos moradores e vendedores sobre o grande número de assaltos feitos por viciados em drogas, para ficar atento, não andar sozinho e sair da cidade somente em grupo com guias locais e por aí vai que fiquei tenso. De qualquer modo, nada aconteceu comigo e guardo ótimas recordações da cidade. Visita imperdível!
- Serro: Fiquei surpreso com a beleza desta pequena cidade. Não compreendo o motivo pelo qual ela não tem tanta divulgação quanto as demais cidades históricas nas agências de turismo e publicações, pois possui personagens importantes, queijos que estão entre os melhores do estado, um casario bem conservado e imponente, com algumas construções de tamanho tão grande que só vi similar em Ouro Preto, além de uma população simples e agradável. O centro histórico da cidade tem o tamanho aproximado dos de São João del-Rei ou Tiradentes. Andei tranquilamente sozinho pelas ruas da cidade até as 3 horas da manhã. Um pequeno lugar de beleza e paz esquecido entre as montanhas, que na minha opinião sintetiza muito bem a essência do cotidiano mineiro. Não perca a oportunidade de conhecer este verdadeiro diamante em estado bruto.
- Mariana: Não é possível falar de Mariana sem citar Ouro Preto e vice-versa. São cidades irmãs, onde Mariana é aquela mais introvertida e quieta, enquanto Ouro Preto é mais chamativa e barulhenta. A Companhia Vale mantém nesta cidade a base de seu trem que liga as cidades e em cada estação mantém uma quantidade impressionante de material informativo sobre a história local e da ferrovia em computadores, material impresso, depoimentos em vídeo e maquete, além de bibliotecas, parques musicais e vagões adaptados como cinema. Em cada estação ferroviária eu gastei aproximadamente três horas para ver todo o conteúdo oferecido gratuitamente. Em seu orgulho e mérito de pioneira, Mariana mantém a distinção de belas casas e igrejas, um comércio diversificado e hospedagem a preços acessíveis. A Praça Minas Gerais é o berço do estado, com suas igrejas, o pelourinho e a atual Câmara Municipal. Ali se concentravam de forma muito representativa os poderes religioso, civil e militar. Esta praça é o lugar ideal para sentar e pensar no que foi necessário para desbravar o “sertão mineiro” até transformar Minas no estado com mais cidades no país.
- Ouro Preto: É uma cidade intensa, um museu a céu aberto com uma incrível variedade de turistas estrangeiros e nacionais disputando espaço com estudantes e comerciantes em suas ruas apertadas. Nunca vi uma quantidade tão grande de placas nas casas informando sobre eventos históricos ocorridos no local. Exige disposição física para apreciar a enorme quantidade de museus e andar por suas lindas ruas onde você está subindo ou descendo o tempo quase todo. As repúblicas universitárias enchem as antigas ruas com a alegria renovada das músicas e conversas durante o dia e principalmente à noite. O charme dos inconfidentes é constantemente lembrado em suas praças e pontes, locais de ideologia e conspiração. Indispensável a visitação às minas de ouro disponíveis nos quintais de algumas casas. Somente após entrar em uma dessas minas é que ocorre o “batismo mineiro” de quem nasceu no estado e se pode compreender o sacrifício realizado em nome da ambição. Se os muçulmanos devem ir à Meca antes de morrer, os mineiros devem ir à Ouro Preto. Acredito que qualquer tentativa de descrever esta cidade sempre ficará abaixo do que ela é.
- Congonhas: A bem da verdade a cidade só possui de histórico o complexo da “Igreja dos Profetas”, uma ladeira que permite o acesso ao santuário e um centro de repouso para romeiros. Visitar esta cidade é indispensável na minha opinião porque, do mesmo modo que o Cristo Redentor simboliza o Rio de Janeiro, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, com seus profetas, é para mim o símbolo do estado de Minas Gerais. Nesta cidade é a fé que se destaca, seja no santuário com seus passos e sala de ex-votos da igreja, onde está impregnada a fé dos romeiros, bem como dos espíritas no museu situado na referida ladeira, onde estão expostos os objetos simples com que o médium “Zé Arigó” fazia suas cirurgias guiado pelo espírito do Dr. Fritz. Fora estes locais, a cidade é uma típica cidade mineira de pequeno porte, sem cunho histórico.
- Sabará: A cidade é charmosa, mas sua “malha histórica” está fragmentada em três locais diferentes, o que corta um pouco o clima, pois se anda no século XVIII, virando a esquina você está no século XX e três quarteirões depois você volta ao século XIX. De qualquer modo, a cidade possui lindas igrejas, o Museu do Ouro é imperdível para entender a história de Minas Gerais e é possível conhecer todos os locais de preservação histórica andando a pé, o que para mim é essencial para que se possa relaxar e “viajar na maionese” pelo tempo e espaço. Para refrescar, nada melhor que beber a água do Chafariz do Kaquende, que há séculos fornece ininterruptamente sua água cristalina para a população. Diz uma lenda local que quem bebe desta água sempre voltará à cidade. A população local afirma que os bairros da periferia são violentos por conta de gangues, mas se você ficar apenas no(s) centro(s) histórico(s) pode relaxar, pois fui informado que por lá não aparecem criminosos, apesar de eu também não ter visto policiais em nenhuma das duas viagens que fiz por lá.
- Tiradentes: A melhor palavra para descrever esta pequena e linda cidade é “mimosa”. Pode parecer frescura, mas só ficando lá por um dia ou mais para entender. A proximidade com a Serra de São José aumenta ainda mais a beleza do local e permite agradáveis programas ecológicos. Na minha opinião a cidade está deixando de ser histórica para se tornar turística. O Museu Padre Toledo foi fechado para reformas por não ter condições físicas e administrativas de permanecer aberto e as igrejas cobram entradas que considerei caras se for levar em consideração o estado de conservação negligente das mesmas. De todas as cidades históricas que visitei, esta foi onde menos senti aquele jeito mineiro que gosto, talvez pelo fato de um grande número de paulistas e cariocas terem comprado hotéis e restaurantes na cidade, impondo seu estilo de administração. A cidade está ótima para os olhos e péssima para o bolso. Hospedagem e comida com preços muito altos. Sugiro se hospedar em São João del-Rei, onde os valores praticados são mais coerentes. Desagrados à parte, aqui é o lugar para se andar por um local que parece cenário de filme e curtir o clima de vila do Brasil Colônia.
- São João del-Rei: Comprometimento e tradição são as palavras que definem esta cidade na minha opinião. Suas igrejas e casas são impecavelmente conservadas por fora e por dentro devido à iniciativa da população em se reunir em confrarias e organizações não governamentais, em conjunto com administrações públicas responsáveis. A cidade transpira religiosidade e política, uma combinação bem mineira... A população registra nas universidades e diversos institutos sua história com competência e orgulho. Procissões, teatro, música, historiadores e estudantes fazem com que a cidade ofereça uma agradável diversidade entre passado e futuro. Possui o maior centro ferroviário histórico em funcionamento no país, com locomotivas a vapor “ariscas”, que trafegam numa boa velocidade. Outro orgulho da cidade são os repiques característicos dos sinos de suas igrejas, tradição passada de pai para filho a gerações. Se em Ouro Preto ocorreu o fim da Inconfidência Mineira, Tiradentes e São João del-Rei (situadas muito perto uma da outra) são sua origem e destino. São João del-Rei seria a capital da República Mineira se o movimento tivesse obtido sucesso. Ambas cidades disputam o status de ser o local onde nasceu Tiradentes (na Fazenda do Pombal, que atualmente situa-se no município de Ritápolis e pode ser visitada nos dias úteis). Apesar da então São José del-Rei (atual Tiradentes) ser a terra natal da mãe de Tiradentes e local de trabalho de seu pai, há fortes indícios que, na época do nascimento de Joaquim José da Silva Xavier, o local onde se situa a fazenda pertencia ao município de São João del-Rei, pois a jurisdição dos municípios variou em determinadas épocas. Se você quer diversidade, cultura e tradição, esta cidade é parada obrigatória.
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Oi Sylvio!
ResponderExcluirExcelente apresentação detas maravilhas de cidades. Foi um grande prazer tê-las visitado e poder constatar a veracidade de suas palavras. Lamentei não ter podido fazer os passeios de trem.
Abraço.
Obrigado pelo elogio Valéria. É um prazer e um privilégio andar pelas ruas destas cidades belas e frágeis, que qualquer terremoto pode, em segundos, derrubar muitas das construções que se sustentam com suas paredes incrivelmente tortas, de forma precária, ao longo dos séculos.
ExcluirHummm... nunca havia pensado em visitar Serro. Gostei muito de sua descrição do lugar. Vamos ver... é a tal história frustrada de andarilhar pelo mundo: às vezes falta-me dinheiro, as vezes saúde...
ResponderExcluirAcabo de ver o pps. Lindas fotos e descrições. Obrigada por compartilhar sua experiência. Continuo com vontade de ir ao Serro ;)
ResponderExcluirOi Jussara. Grato pelos elogios. Se não forçarmos a barra para fazer certas viagens, o tempo passa e o ânimo diminui.
ExcluirNa próxima visita que fizer ao Serro, pretendo conhecer com calma sua área rural, onde estão as pequenas fazendas que produzem os queijos para a cooperativa da cidade. Apesar do visual muito simples, a cooperativa é famosa pela qualidade e gosto singular de seus produtos.
Há também a opção de se hospedar na casa de alguns desses produtores de queijo. Quem fez isso, disse que a hospitalidade é grande e o preço pequeno, com direito a comida de fogão de lenha, leite, queijos, pão e de queijo e biscoitos frescos a preços quase de custo.
Ê trem bão...