Imagem: https://denyalfano-zonafranca.blogspot.com.br/2014/12/tradicoes-e-curiosidades-de-natal-no.html
História do Natal
Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone nessa data sagrada. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados e se recuperam de uma comilança.
Mas essa comemoração não é o Natal! Trata-se de uma homenagem à data de "nascimento" do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão não é mera coincidência.
A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o "surgimento", o "renascimento" do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas que garantiriam a sobrevivência durante o inverno no ano seguinte. E isso era motivo de celebração.
Devido à vital importância para o início do cultivo da agricultura, ao longo da história o dia 25 de dezembro foi celebrado por diversos povos de diferentes maneiras. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos antigos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e das festas, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Os celtas realizavam cerimônia sagrada para marcar a trajetória do sol ao longo do ano.
No Império Romano o solstício de inverno era marcado pela comemoração de Mitra, o deus da luz. O culto a Mitra chegou à Europa aproximadamente no século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. No intercâmbio cultural promovido pela expansão do Império Macedônico, os gregos trouxeram do Oriente esta tradição, que foi transmitida ao Império Romano, que a disseminou pela Europa, que a disseminou pelo planeta durante a fase do imperialismo europeu no século 19.
Com os romanos, Mitra ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, as famílias se felicitavam, comiam e trocavam presentes em suas casas. Alguns romanos se entregavam a orgias como parte desta celebração.
Enquanto isso, a ainda pequena religião do cristianismo ganhava adeptos ao longo do Império Romano. As datas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). Os líderes do catolicismo de então achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Não se sabia também, com precisão, a data em que Cristo nasceu (o Novo Testamento não diz nada a respeito). Mas os católicos do Império Romano queriam realizar comemorações pelo solstício, para poder participar de uma tradição de festejos alegres e aumentar a possibilidade de atrair novos adeptos para sua religião. Em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus estabeleceu o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro. A Igreja Católica adotou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império Romano, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado, deslocando o foco do deus romano Mitra para Jesus Cristo.
Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros natais cristãos, mas permaneceram os hábitos romanos da Saturnália, como a troca de presentes e as refeições suntuosas. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram mesclados à tradição natalina. O legado mais forte veio do Yule, a festa que os nórdicos (principalmente os germânicos) faziam em homenagem ao solstício. São originadas do Yule a decoração colorida da árvore e das casas, o presunto da ceia e a ideia de um ser sobrenatural que dá presentes para as crianças. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um duende quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.
As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem seus presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus. Daí o costume das famílias montarem as árvores e outras decorações natalinas 12 dias antes do Natal e desmontá-las 12 dias após, apesar dessa tradição ser progressivamente alterada pelas decorações natalinas cada vez mais precoces, realizadas pelos interesses do comércio.
Civilizações antigas que habitaram os continentes europeu e asiático, no terceiro milênio antes de Cristo, já consideravam as árvores como um símbolo divino. Eles cultivam-nas e realizavam festivais em seu favor. Essas crenças ligavam as árvores a entidades mitológicas, onde as raízes fincadas no solo criavam uma aliança entre a Mãe Terra e os céus, gerando frutos abençoados.
Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos (nordeste da Europa) cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os enfeitavam. Essa tradição passou aos povos germânicos, que colocavam presentes para as crianças sob o carvalho sagrado de Odin.
Há versões que afirmam que a Árvore de Natal – como a conhecemos atualmente – teria surgido na Alemanha entre os séculos 16 e 17. Durante o século 19 a prática foi levada para outros países europeus e para os Estados Unidos, espalhando-se pela América Latina no século 20.
Pai Natal
Ásia Menor, século 4. Na cidade de Mira (situada na atual Turquia), três moças que viviam numa família miserável começam a se prostituir para sobreviver. Numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um pequeno saco cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu. Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. As jovens usaram o ouro como dotes de casamento – condição obrigatória na época para arranjar um bom marido – e viveram felizes desde então. Tudo graças ao benfeitor que doou os sacos de ouro. O nome dele? Nicolau de Mira, o bispo da cidade. O que falta em registros históricos sobre a vida dele, abunda em lendas. Nascido em 15 de março de 270 d.C. (a data varia conforme a fonte histórica), Nicolau seria um rico que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que deixaram a prostituição, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele, ganhando a devoção de uma número cada vez maior de pessoas, principalmente na Rússia, na Grécia e na Noruega. Nos países da Europa, a imagem benevolente do bispo de Mira se fundiu com as tradições do Natal. E ele virou o presenteador oficial da data. Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de Father Christmas (Pai Natal). Os franceses usavam a mesma designação de Pai Natal (Pére Nöel), cuja sonoridade deu origem ao nome que usamos no Brasil. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York, nos Estados Unidos) no século 17 – daí a origem sonora do Santa Claus que os estadunidenses adotariam depois.
Natal com origem em festas pagãs
Avareza X Generosidade
Na Londres de 1846, no auge da Revolução Industrial, o rico Ebenezer Scrooge passa sozinho seus natais e deseja que os pobres morram para diminuir o caótico crescimento da população. Então ele recebe a visita de 3 espíritos que representam o Natal, ensinando a ele que essa é a data para esquecer diferenças sociais, abrir o coração, compartilhar riquezas. E o insensível empresário se transforma um homem generoso.
Eis o enredo de Um Conto de Natal, do britânico Charles Dickens. O escritor vivia em uma Londres caótica, suja e superpopulada – o número de habitantes tinha saltado de 1 milhão para 2,3 milhões na 1ª metade do século 19. Dickens, então, carregou nas tintas para evocar o Natal como um momento de redenção contra esse estresse todo, um intervalo de fraternidade em meio à competição do capitalismo industrial. Depois, inúmeros escritores seguiram a mesma linha – o nome original do Tio Patinhas é Uncle Scrooge (algo como Tio Pão-Duro) e a primeira história do pato avarento, feita em 1947, faz paródia a Um Conto de Natal. Tudo isso, consolidou a imagem do "espírito natalino" que conhecemos atualmente como uma época de generosidade.
Outra contribuição da Revolução Industrial aos festejos natalinos foi a produção em massa. Ela aumentou a indústria dos presentes, fez surgir a publicidade natalina e acabou transformando o bispo Nicolau em garoto-propaganda. Até meados do século 19, a imagem mais comum dele era a de um bispo mesmo, com manto vermelho e mitra (aquele chapéu comprido que as autoridades católicas usam). Para se enquadrar no consumismo do capitalismo, em 1862 o desenhista americano Thomas Nast tirou as referências religiosas do figurino, adicionou alguns anos e quilos para conferir simpatia, e estabeleceu a residência dele no Polo Norte – para que não pertencesse a país nenhum. Nascia o Papai Noel atual. Mas a figura do bom velhinho só se tornaria a que conhecemos hoje depois de 1930, quando virou estrela de uma série de anúncios da Coca-Cola. A campanha foi um sucesso tão grande que nas décadas seguintes o bom velhinho se tornou a maior referência do Natal. Mais até que o verdadeiro homenageado da comemoração: o Sol (para os racionalistas) ou Jesus (para os religiosos).
Fonte:
Superinteressante
A verdadeira história do Natal
https://super.abril.com.br/historia/a-verdadeira-historia-do-natal
Autor: Thiago Minami.
(Texto adaptado)
Natal oriental e ocidental
A expressão "Natal" vem do substantivo latino nativitas (nascimento, geração) e este do adjetivo nativus (o que nasce). A comemoração do nascimento de Jesus foi celebrada pela primeira vez, com o sentido de hoje, em 25 de dezembro de 336, em Roma, poucos anos depois de o cristianismo ser adotado como religião do Império.
Contudo, na época, a capital do Império Romano era Constantinopla, onde até o século 5 a Igreja do Oriente celebrou no dia 6 de janeiro o nascimento e batismo do Filho de Deus. Ao longo dos séculos, as dioceses orientais foram adotando o dia 25 de dezembro como data oficial e deixando o 6 de janeiro para celebrar o batismo de Cristo, com exceção da Igreja Armênia, que até hoje comemora o Natal no primeiro mês do ano.
Fonte:
Istoé
Natal tem origem em tradições mais antigas do que o próprio cristianismo
https://istoe.com.br/natal-tem-origem-em-tradicoes-mais-antigas-do-que-o-cristianismo
Nascimento de Cristo representado pela Igreja Ortodoxa.
Os ortodoxos focam no fato do nascimento, não no cenário (caracterizado pelo presépio).
Imagem: http://www.igrejaortodoxahispanica.com/Textos/A_Virgem_Maria.html
Imagem: http://www.igrejaortodoxahispanica.com/Textos/A_Virgem_Maria.html
Presépio
Muito antes de adotar a tradição da Árvore de Natal, os cristãos europeus já celebravam a época natalícia com a montagem de presépios. A palavra "presépio" vem do latim praesepe e significa "estábulo", "curral". Foi São Francisco de Assis quem iniciou a tradição do presépio como celebração do natal em 1223, na Itália. Teve tanto sucesso que passou a ser feito por toda a Itália, primeiro nas casas dos nobres até chegar às dos mais pobres. O rei Carlos III (1716 - 1788) levou esta tradição para a Espanha e suas colônias na América Latina, e daí passou a ser tradição nas culturas cristãs.
Fonte:
Maria Helena
O presépio - simbolismo e tradição
http://www.mariahelena.pt/pt/pages/o-presepio---simbolismo-e-tradicao
Presépio - Representação de fé
Imagem: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=616
Imagem: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=616
A Árvore da Natal
Enfeitar árvores é um ritual muito antigo, presente em praticamente todas as culturas e religiões pagãs, para celebrar a fertilidade da natureza. Os primeiros registros de sua adoção pelo cristianismo vêm do norte da Europa, onde o pinheiro (árvore cuja folhagem dos galhos resistiam ao frio e à neve) era decorado no começo do século 16 com maças e doces natalinos – apesar de haver fortes indícios que já na Idade Média era hábito enfeitar os pinheiros na época de Natal.
Desde então as pessoas passaram a montar essas alegorias em suas casas, com árvores cada vez mais decoradas usando velas (simbolizando a luz de Cristo), estrelas (alusão à estrela de Belém) e rosas (em homenagem à Virgem Maria), até hóstias (pedindo perdão pelos pecados). Nos séculos 17 e 18 o hábito se tornou popular entre os povos germânicos, mas a Árvore de Natal só se difundiu pelo planeta a partir de 1848, quando o príncipe Albert (1819-1861) – esposo alemão da rainha Vitória – montou uma árvore natalina no palácio real inglês. Na época, o Império Britânico dominava mais de meio mundo, o que muito contribuiu para que o costume logo se espalhasse por todos os continentes.
Fonte:
Mundo Estranho
Árvore de Natal
https://mundoestranho.abril.com.br/historia/qual-e-a-origem-da-arvore-de-natal
Imagem: https://www.123rf.com/photo_15171714_tasty-christmas-tree-decorated-with-apples-and-bagels.html
Imagem: http://historiaschistoria.blogspot.com.br/2015/12/a-origem-da-arvore-de-natal-em-portugal_25.html
Até o final do século 19, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca e com cinto preto, criada por Nast, foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.
Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.
Fonte:
Sua Pesquisa
História do Natal
https://www.suapesquisa.com/historiadonatal.htm
Pai Natal com roupa marrom
Imagem: http://universovintage.blogspot.com.br/2011/12/feliz-natal.html
Na 1ª propaganda da Coca-Cola (em 1930) com o Papai Noel (ainda usando cinto marrom),
havia os dizeres
“até o homem mais ocupado do mundo arranja um tempo para se refrescar com Coca-Cola”.
Imagem: http://www.coca-colacompany.com/holiday-photos-from-the-coca-cola-archives
Papai Noel - Campanha publicitária da Coca-Cola (1939)
Imagem: http://comunicadores.info/2008/12/15/coca-cola-christmas-ads-propagandas-antigas
Para ver uma publicação sobre os símbolos da celebração do Natal, acesse:
Sua Pesquisa
História do Natal
https://www.suapesquisa.com/historiadonatal.htm
Wikipédia
Saturnália
https://pt.wikipedia.org/wiki/Saturn%C3%A1lia
Wikipédia
Yule
https://pt.wikipedia.org/wiki/Yule
Rota da Amizade
São Nicolau
https://rotadaamizade.wordpress.com/tag/sao-nicolau
A Origem das Coisas
A origem da Árvore de Natal
http://origemdascoisas.com/a-origem-da-arvore-de-natal
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