sábado, 23 de julho de 2016

Historiadores não esquerdistas

Como é visto pelos outros professores o historiador que não defende a ideologia de esquerda ?

Professores (Ditadores) de História

Sou simpatizante da proposta de uma sociedade mais igualitária e menos exploradora, com maior valorização da vida comunitária e menor ênfase na obtenção de lucros e individualismo. Propostas típicas da política de esquerda. Bela teoria que, na prática, até o momento não se mostrou viável.
Os discursos populistas das nações socialistas serviram como instrumento de propaganda e manipulação para governos que sustentaram o luxo de uma elite enquanto nivelavam na igualdade da pobreza a maior parte da população. Mais do que opiniões minhas, são fatos, comprovados pelas estatísticas e fontes históricas! O populismo gosta tanto dos pobres que os multiplica!
O nacionalismo típico da política de direita – com seu moralismo e truculência – também não ajuda de forma eficiente os pobres e vulneráveis. Muita liberdade já foi sacrificada em nome de conceitos que, após uma análise mais apurada, mostram ser pouco mais do que luta pelo poder, a custa de sofrimentos e prejuízos inúteis. Mais útil e difícil do que morrer pela pátria é viver por ela!
O capitalismo certamente não é o melhor sistema social que se pode imaginar, mas até o momento é o mais eficiente para enriquecer as nações, apesar de não distribuir estas riquezas para suas populações. Gosto da ideia de viver numa pequena comunidade, onde as pessoas se conheçam e produzam o necessário para sua sobrevivência com conforto, sem pressões desnecessárias, mas penso ser pouco provável que este pequeno grupo social resista às influências e exigências de uma grande sociedade baseada na insatisfação e consumismo.
Minha posição política é, antes de tudo, de enjoamento e desencanto. Não me sinto convencido por direita ou esquerda e, na falta de melhor definição, me considero politicamente neutro, com simpatia teórica pelo socialismo e conformação prática com o capitalismo, apesar de sua insaciável e insensível exploração.

O que me atrai na profissão de historiador é a possibilidade de entender os motivos para o que fazemos – como indivíduos e sociedades – e para o que existe atualmente, nos permitindo a possibilidade de executarmos o presente e planejarmos o futuro de forma mais eficiente.
O historiador, portanto, deve procurar a compreensão das diferentes motivações e, de forma o mais imparcial possível, explicar os diferentes fatos e seus desdobramentos, permitindo uma melhor análise para formar conceitos e praticar ações que levem a resultados mais coerentes e produtivos.
Não é isso o que acontece atualmente no Brasil! O historiador se tornou, na maioria das vezes, mais um doutrinador do que um educador! As opiniões e análises apresentadas são destacadas de acordo com suas vontades ou necessidades, de forma conveniente e manipulada, omitindo ou destacando aspectos que sejam favoráveis ao comunismo.
Desde o fim do período militar no Brasil, há uma tendência generalizada entre os professores em valorizar a política de esquerda como uma forma de protesto e compensação pelas arbitrariedades da direita. Tablado de sala de aula se torna palanque eleitoral para ideologias socialistas que, com seu apelo (teórico) de justiça e igualdade, seduz grande parte dos jovens e inexperientes estudantes, que se empolgam pelo impulso dos discursos e intenções, sem levar em consideração a posterior análise dos resultados e motivações.
Os professores que não repetem ou valorizam as ideologias de esquerda são rotulados como simpatizantes ou atuantes de direita, como se fosse impossível uma neutralidade, indiferença ou insatisfação simultânea com o comunismo e a tirania. 
Esta tendência brasileira de acadêmicos de esquerda, somada à recente filosofia do "politicamente correto", levou ao atual moralismo e intolerância com qualquer simpatia a aspectos positivos ou úteis nos movimentos de direita, ou uma tentativa de neutralidade.
Há, em maior ou menor grau, dependendo da instituição de ensino onde se trabalha, uma discriminação explícita ou dissimulada, que pode levar a um isolamento e perda de oportunidades para o historiador que não faz parte da turma dos revolucionários de butique ou filósofos de boteco, com seus discursos marxistas, cheios de palavras liberais e libertadoras, vivendo numa rotina capitalista em que há mais ações concretas para a produção sindical do que social.

Faço parte dos historiadores que, por questionar a esquerda (também questionando a direita), sou taxado de reacionário ou antiquado. Estou fora da atual moda na América do Sul das ditaduras socialistas... Paciência! 
O jornalista e escritor pernambucano Nelson Rodrigues afirmou que "toda unanimidade é burra", pois a falta de diversidade leva à ditadura da intolerância contra as novas possibilidades.
Apesar do conceito de "ditadura" remeter à imagem de militares fardados e armados, o conceito ditatorial descreve um regime governamental onde todos os poderes do Estado estão concentrados em um indivíduo, um grupo de pessoas ou um partido político. A ditadura não admite oposição a seus atos e ideias, possuindo poder e autoridade absolutas, com pouca participação de fato da população na tomada das decisões. Portanto há ditaduras militares e civis, de direita e esquerda. 
A ditadura militar é uma forma de governo onde o poder é controlado por um grupo de militares que, visando seus interesses, ignoram direitos individuais. A ditadura do proletariado – de acordo com o filósofo Karl Marx – é uma etapa de um governo de uma nação rumo ao comunismo, onde o Estado imponha, pela força (de expulsões, prisões ou execuções), o fim da diferença entre as classes sociais, ignorando direitos coletivos. 

Portanto, como cidadão desencantado com a esquerda e descrente com a direita, deixo aqui meu registro e desabafo como historiador sobre o moralismo e preconceito – dissimulado ou não – contra os professores (particularmente dentro da área de Humanas) que não são simpatizantes ou tolerantes com os discursos ou a doutrinação da esquerda política.

Como é visto pelos alunos o professor de História que questiona a ideologia de esquerda ?

O professor que não é de esquerda
(Paulo Briguet)

Quero falar de um herói brasileiro: o professor de História que não é de esquerda. É verdade que todo ofício tem os seus ossos, mas o ofício do professor de História não esquerdista é um ossuário do Khmer Vermelho. Nada se compara às dificuldades deste mártir da educação.
Quando um petista fica sem argumento, costuma encerrar a discussão bradando: “Vá ler um livro de História!” Pois é. Esse professor leu. O problema é que leu não apenas um, mas vários livros. Não se limitou às obras recomendadas pelo MEC e abençoadas pelos discípulos de Paulo Freire; foi muito além. Tanto leu que acabou por descobrir as grandes farsas criadas pela esquerda para reescrever a história segundo a cartilha socialista.
O professor de História que não é de esquerda tem uma característica: ele é muito bom. Só assim, sendo o melhor no que faz e tornando-se indispensável para as escolas sérias, ele consegue sobreviver ao bombardeio maciço dos colegas esquerdistas. O mestre não esquerdista precisa ter um conhecimento vasto, profundo e entusiasmante da matéria que leciona. Se ele é muito bom, sobrevive. Os companheiros dizem: “Ele é direitista, mas...” Ao menor vacilo, no entanto, o tapete lhe será puxado.
E notem bem: o professor de história que não é de esquerda não precisa obrigatoriamente ser de direita, conservador ou coisa que o valha. Basta que ele não comungue das teses da esquerda. Citar os 100 milhões de mortos do comunismo ou dizer, candidamente, que nenhuma experiência socialista deu certo na história, ah, isso já é praticamente um atestado de fascismo. Se ainda por cima disser que Che Guevara fuzilou mais que o pior inquisidor queimou ou lembrar que as pessoas fogem de Cuba e não para Cuba, aí já é um ditador consumado.
Por isso, eu rendo a minha homenagem a esse discreto herói brasileiro que todos os dias arrisca sua reputação e o seu salário nas salas de aula – apenas por amor à verdade. Comparável a ele só existe um: o estudante universitário não esquerdista.

Texto adaptado de:
Gazeta do Povo

Sei como é...
Quando se tem uma opinião diferente da maioria !
O estudante que não é de esquerda
(Paulo Briguet)

Falei sobre a dura vida do professor de História que não é de esquerda. Fiquei muito feliz com a repercussão da crônica, que teve mais de 10 mil compartilhamentos na internet e provocou comentários generosos de vários professores que se identificaram com o texto. Agora quero homenagear outro herói brasileiro: o estudante que não é de esquerda.
Eu sei que muitas vezes você se sente solitário e desanimado, meu jovem. É mais fácil ficar em silêncio do que contestar alguns absurdos que a gente ouve em sala de aula ou vê na mídia. Você quer aprender, não ganhar discussões. Entendo perfeitamente. Mas saiba que este sentimento de solidão é comum entre as pessoas que amam a verdade e o conhecimento. Nos dias de hoje, a verdade e a lógica foram substituídas pelas opiniões politicamente corretas, que de corretas não têm nada.
Caro estudante, saiba que você não está sozinho. Há muitas pessoas que já notaram haver um abismo entre a vida real e o conteúdo ensinado em algumas disciplinas escolares, sobretudo na área de humanas. O conselho que dou a você é estudar profundamente todos os aspectos dos temas abordados nas aulas de História, Geografia e Literatura. E dedique-se com igual entusiasmo às ciências exatas.
Não ocupe o prédio da escola; invada a biblioteca. Tente ser um estudante interessado em todos os assuntos, procurando a verdade com obstinação. Seja o melhor no que faz – e só então passe a contestar as meias-verdades e as falsidades que lhe são impingidas. Você verá que ser chamado de “coxinha” é um preço irrisório a pagar pelo conhecimento da verdade.
Seguindo o caminho do estudo e da reflexão permanentes, você descobrirá que muitos outros alunos e professores constituem uma maioria silenciosa que, assim como você, está interessada em cultivar a inteligência, apurar a sensibilidade e conhecer as realizações da cultura.
Um dia você poderá contestar o professor que apresenta o socialismo e o comunismo como estágios superiores da realização humana, quando na verdade são sistemas que produziram opressão e miséria; poderá questionar aqueles colegas que veem a escola como um centro revolucionário e não como um local de saber; poderá ordenar a alma com os grandes valores e conhecimentos que sobreviveram à prova do tempo e das gerações; compreenderá o valor da economia de mercado; intuirá que a família não é responsável pelos males do mundo.
Fique firme, amigo estudante. A verdade o libertará!

Texto adaptado de:
Gazeta do Povo

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Vídeos:

Professores de esquerda
(2:36)
Sem extremismos ou meias-palavras, Luiz Pondé expõe a realidade das motivações e consequências da docência socialista.

Tipos de professores
(4:32)
Sátira de algumas das possibilidades desta exigente e complicada profissão.

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Jogo On-Line:

De Volta a 1964 (Sua vida em tempos de ditadura)
Desenvolvido para a revista Superinteressante, este aplicativo lhe mostra situações do contexto da época do golpe militar no Brasil e, dependendo das suas escolhas e respostas, te direciona para diferentes desfechos.
É interessante, depois de responder o que você faria, refazer a sequência de fatos com diferentes respostas e ver os finais possíveis. Boa oportunidade para perceber e refletir sobre as escolhas e consequências do que fazemos, cruzando nossa convicção pessoal com o contexto social. 

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Curiosidade:

Origem do conceito político de "esquerda" e "direita"

O uso moderno destes termos deriva da Assembleia dos Estados Gerais, iniciada no dia 5 de maio de 1789, em Versalhes, na França.
Nesta assembleia, representantes do Primeiro Estado (clero) sentaram-se ao centro e de frente para o rei francês Luis XVI, os representantes do Segundo Estado (nobreza) foram posicionados à direita do rei, e o Terceiro Estado (burguesia e classes populares) à esquerda do rei.
A nobreza (sentada à direita) era conservadora, defendendo seus privilégios e contrária a qualquer mudança na forma de funcionamento do Estado. Os burgueses e populares (sentados à esquerda) exigiam a diminuição do poder absoluto do rei, reivindicando mudanças favoráveis ao enriquecimento dos burgueses e dignidade para os pobres.
O não atendimento das reivindicações populares nesta assembleia foi o motivo para as articulações políticas que em pouco tempo levariam à Revolução Francesa. 
O posicionamento dos representantes nesta reunião poderia ter sido o contrário. Na verdade, era o contrário para todos, menos para o rei. Os conceitos de "esquerda" e "direita" permaneceram e são atualmente aplicados a facções e opiniões de ordem política.

Geografia e Tal