O rompimento da Barragem de Fundão
Há exatamente um mês atrás
acontecia o rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, no
município de Mariana (MG), causando uma devastadora enxurrada de lama de
rejeitos de mineração que arrasou o subdistrito de Bento Rodrigues, causou muita
destruição no subdistrito de Paracatu de Baixo e poluiu pesadamente o Rio Doce.
Até o momento foram oficialmente
registradas 13 mortes e 10 desaparecimentos – entre funcionários da mineradora
e moradores da região – diretamente relacionados ao rompimento da barragem, mas
é difícil calcular a quantidade de mortes de animais nos rebanhos suíno e
bovino, galinhas, cavalos, animais domésticos (cães, gatos, aves, etc.), peixes
e outros animais aquáticos no trajeto da lama. Difícil também precisar os
prejuízos ambientais ao longo dos vales nos rios Gualaxo
do Norte, do Carmo e Doce, por onde passou a lama nas cidades em Minas
Gerais e no Espírito Santo. Centenas (ou milhares) de árvores foram arrancadas,
nascentes e pequenos cursos d’água foram entupidos ou drasticamente reduzidos pela
lama, o que causará mudanças no ecossistema devido à ausência ou mudança nos
cursos d’água.
Esse cenário configurou este como
o maior desastre ambiental na história do Brasil!
A impressa e ativistas têm
divulgado diversas informações, muitas vezes conflitantes ou sem confirmação
confiável. Sabendo que alguns números e fatos são questionáveis, do que eu vi,
me fica o seguinte entendimento da dinâmica desta calamidade:
• A mineradora Samarco é controlada por outras duas
mineradoras: a brasileira Vale S.A. e a anglo-australiana BHP Billinton Brasil Ltda., que repartem
igualmente os custos e lucros da extração.
• Por volta de 16 horas de 05
de novembro de 2015, a Barragem de Fundão se rompeu e em aproximadamente 40
minutos a enxurrada de lama percorreu 5 Km chegando ao subdistrito de Bento
Rodrigues, em Mariana. Apesar de ser uma quinta-feira e horário de expediente –
com o grosso dos funcionários em atividade – os moradores de Bento Rodrigues não
foram avisados por nenhum tipo de sistema de alerta da empresa Samarco. O
número de mortes não foi maior porque alguns funcionários que trabalham na
mineradora, sendo parentes ou amigos dos moradores da região, por iniciativa
própria usaram seus telefones para avisar aos habitantes conhecidos,
solicitando que os mesmo fossem imediatamente para locais altos e avisassem
seus vizinhos e quem encontrasse pelo caminho.
• A enxurrada de lama chegou
a Bento Rodrigues com uma massa entre 10 e 15 metros de altura e, após sua
passagem, deixou uma camada de aproximadamente 4 metros de lama no local. Em
Paracatu de Baixo, a 65 quilômetros de distância da Barragem de Fundão, a marca
de lama na igreja do local mostra 3 metros de altura.
• A Barragem de Fundão começou a operar em 2008 e na
ocasião de seu rompimento tinha armazenados 55 milhões de m3 de
rejeitos de minério de ferro (uma mistura de lama, areia, água e, em menor escala,
resíduos químicos). Há informações desencontradas sobre a regularidade da
situação da barragem. Segundo a Polícia Militar
de Meio Ambiente de Minas Gerais, a mineradora foi fiscalizada em 2013 e nenhum
problema foi encontrado na barragem na ocasião. De acordo com o Promotor do
Meio Ambiente Carlos Eduardo Ferreira Pinto, as licenças de operação estavam
vencidas há quase 2 anos e meio e o pedido de revalidação, feito pela Samarco
no prazo, foi prejudicado por uma greve no Sistema Estadual de Meio Ambiente.
Outras fontes da impressa noticiaram que a mineradora tinha licença
operacional regularizada.
• Quatro tremores de terra de baixa magnitude aconteceram na
região duas horas antes do rompimento da barragem, dois destes relativamente
próximos à Barragem de Fundão, mas há consenso entre especialistas que estes
foram numa intensidade pequena para, por si só, causar o colapso da estrutura.
Estes tremores podem ser causas concorrentes se for comprovada falhas na
construção ou manutenção do dique, sendo estes fatores determinantes. Ainda não
há, até o momento, uma explicação para o rompimento da barragem.
• Os números são
conflitantes mas, pelo que li, os locais mais atingidos pela enxurrada de lama foram:
- Bento
Rodrigues (subdistrito do distrito de Camargos, em Mariana) onde foram
destruídas 158 das 180 edificações existentes, restando apenas as 22 construções
situadas em terreno mais elevado.
- Paracatu
de Baixo (subdistrito do distrito de Monsenhor Horta, em Mariana) foi o segundo
lugar mais atingido, com aproximadamente 80 casas destruídas no local.
- Ponte
do Gama (subdistrito do município de Ponte Nova) não teve casas destruídas, mas
sua área urbana e entorno foi intensamente danificada.
• A lama, em seu
caminho, causou destruição e alagamento nos subdistritos de Bentos Rodrigues e
Paracatu de Baixo (ambos no município de Mariana). Seguindo o leito do rio
Gualaxo do Norte e se espalhando por seus afluentes até o ribeirão do Carmo, a
lama inundou partes dos distritos de Camargos e Águas Claras (no município de
Mariana), o subdistrito de Ponte do Gama (no município de Ponte Nova) e Pedras Claras
(subdistrito do distrito de Furquim, no município de Mariana). O rio Gualaxo do
Norte e o ribeirão do Carmo se juntam na região da cidade de Barra Longa, que
foi inundada com o aumento do nível das águas. Levada pelo Rio Doce, a lama afetou
o abastecimento de água e vida aquática nas cidades mineiras de Rio Doce, Santa
Cruz do Escalvado, Ipatinga, Belo Oriente, Naque, Governador Valadares,
Tumiritinga, Conselheiro Pena, Resplendor e Aimorés. Chegando ao Espírito Santo,
afetou as cidades de Baixo Guandu, Colatina, Linhares e seu distrito Regência,
desembocando no mar depois de afetar 21 centros urbanos ao longo de 650 Km.
Veja detalhes em:
G1
Barragem se rompe e enxurrada de lama destrói distrito de Mariana
Barragem se rompe e enxurrada de lama destrói distrito de Mariana
G1
Rompimento de barragem em Mariana:
Perguntas e respostas
Gazeta do Povo
Quatro tremores de terra foram
registrados antes do rompimento da barragem em MG
Portal Uai
Infográfico Tragédia em Mariana mostra
o caminho da lama
Folha de São Paulo
O caminho da lama
Tribuna On Line
Lama e árvores do acidente da
Samarco no Rio Doce
Uol Notícias
Para Defesa Civil de Minas, Bento
Rodrigues deve acabar
G1
Slideshow com imagens das ações iniciais em Mariana e região
(Clique à direita e esquerda da imagem para novas fotos)
Hoje em Dia
Slideshow com imagens da destruição no subdistrito de
Paracatu de Baixo
(Clique à direita e esquerda da imagem para novas fotos)
Época
Vídeos mostram o caminho da
destruição em Mariana
O repórter Hudson Corrêa faz rápidos vídeos
mostrando o rastro de destruição deixado pela lama no leito do rio Gualaxo do Norte ao
longo dos distritos e povoados da região de Mariana, permitindo uma percepção
aproximada dos danos e prejuízos em Camargos, Paracatu de Baixo e Bento
Rodrigues.
Eu passei por Bento Rodrigues em agosto de 2015 durante uma viagem pelo Caminho dos Diamantes da Estrada Real. Era um local sem grandes atrativos turísticos, mas que inspirava qualidade de vida dentro de uma rotina tranquila numa região bonita.
Eu passei por Bento Rodrigues em agosto de 2015 durante uma viagem pelo Caminho dos Diamantes da Estrada Real. Era um local sem grandes atrativos turísticos, mas que inspirava qualidade de vida dentro de uma rotina tranquila numa região bonita.
Há
muitos detalhes e implicações que não imaginamos que acontecem quando ocorrem
calamidades. Somente quem vive uma experiência como essa é que pode definir o
tempo e esforço necessários para superar inúmeras dificuldades que surgem nas
adaptações que se seguem a uma mudança forçada no estilo e lugar de vida.
Do que
eu vi quando passei pelo lugar e depois nas reportagens, fiquei refletindo
sobre o seguinte:
• As cidades históricas de
Mariana e Santa Bárbara fazem parte do Caminho dos Diamantes da Estrada Real.
Sua ligação pode ser feita exclusivamente através dos 64 Km asfaltados da
rodovia MG-129 ou através de um misto de tráfego nesta rodovia e uso de um
trecho original da Estrada Real, com aproximadamente 34 km de estrada de terra
e 6 Km de asfalto antes de retornar à MG-129. É neste trecho original da
Estrada Real que estão situados Camargos, Bento Rodrigues e Santa Rita do Durão
(todos pertencentes ao município de Mariana). Com a recente destruição de
trechos da estrada e pontes na região, até que seja restabelecida a
possibilidade de trânsito, restaurantes, pousadas, bares e lojas de artesanatos
de Camargos e Santa Rita do Durão terão uma grande diminuição de faturamento
com a ausência de turistas, que obrigatoriamente usarão a MG-129.
• A
região rural por onde passei neste trecho com as três localidades tem várias
pequenas propriedade rurais, com suas lavouras e criações de animais (porcos,
vacas e galinhas). Estas propriedades têm a maior parte de suas terras nos
vales por onde passa o rio Gualaxo do Norte que, ao transbordar, foi cobrindo
as plantações e arrastando os animais.
Vi
fotos de cavalos e cães sendo retirados de uma lama espessa e densa, de onde
não conseguiam sair. Se estes ágeis animais, por falta de energia ou orientação,
não conseguiram escapar da enxurrada de lama, o que dizer das criações de
porcos e gado bovino, que são animais que não conseguem correr em grande
velocidade ou por muito tempo. Fico imaginando quantas dezenas destes animais morreram
soterrados e arrastados, sendo depois levados pelo rio Doce e provavelmente nem
serão contabilizados, pois muitos estão ainda cobertos por uma extensa e alta camada
de lama ou foram recolhidos ao longo dos rios sem a preocupação ou
possibilidade de registrar a quantidade ou tipo.
• Lendo alguns artigos de
engenheiros e técnicos agrícolas fiquei impressionado ao saber que a lama desta
enxurrada, ao secar, tenderá a se tornar uma camada extremamente nociva ao solo.
Pelo fato da lama estar misturada a minério de ferro, endurecerá como uma
espécie de “cimento” mais fraco, no entanto forte e compacta o suficiente para
impedir a passagem de oxigênio para qualquer vegetal ou animal sob o solo. Sementes,
minhocas, formigas e outros pequenos animais essenciais para arar e oxigenar o
subsolo estariam, assim, condenados à morte nos locais onde esta lama não seja
rapidamente raspada (e estamos falando de centenas de quilômetros).
Aliado
à falta de oxigênio, há nesta lama a presença de produtos químicos como o
mercúrio, alumínio e manganês. Mesmo em pequenas quantidades, com o prolongado
contato destes com a terra, podem em médio prazo torná-la inviável ou
desaconselhável para pastagem ou plantio de certos vegetais. Isso pode
transformar grandes extensões de terras férteis em solo inútil ou limitado para
gerar comida. Esta contaminação química tende a se espalhar pelos recursos hídricos
próximos porque, na medida em que ocorrem chuvas, a água infiltra pelo solo
levando resíduos químicos pelo subsolo às margens dos rios, córregos e lagos
próximos, além de poder atingir lençóis submersos de água, inviabilizando poços
usados para abastecer pessoas e animais.
A
solução para impedir este enorme prejuízo novamente é raspar o máximo possível
da lama contaminada e revolver a terra colocando nela fertilizantes e produtos
químicos corretivos. Os especialistas afirmam que dificilmente haverá tempo,
recursos financeiros e humanos para tratar adequadamente grandes extensões de
terra atingidas e deve-se priorizar as terras próximas às nascentes e cursos de
água.
Testes
recentes afirmam que é baixa a quantidade de produtos químicos na lama, mas alguns
especialistas afirmam que estas medições foram feitas dias depois do rompimento
da barragem e as amostras foram coletadas em rios, onde estariam diluídas pela
água e pelo tempo da passagem da massa principal de rejeitos de mineração. Teste feito na lama
que se depositou na terra das localidades urbanas e fazendas pelo caminho entre
a barragem e a entrada no rio Gualaxo do Norte mostram preocupantes
concentrações de resíduos químicos.
• Pelos motivos acima expostos,
estima-se que deverá ser prolongada a baixa quantidade de peixes nos rios,
lagos e alagadiços e atingidos, a menos que se faça uma intervenção rápida e
intensa para retirar a lama no subsolo das margens, além de levar centenas de
peixes novos para pontos chaves de modo que estes restabeleçam nestes locais a
dinâmica de crescimento e procriação.
• Assoreamento é o acúmulo de
sedimentos pelo depósito de terra, areia, argila, detritos etc., no fundo ou
laterais de um rio, córrego ou lago, levando à diminuição de sua profundidade
ou largura a ponto de torná-lo inútil ou inexistente. Esta é outra preocupação
que exige ação imediata, com a dragagem de leitos e raspagem de margens, intensamente afetados pela grande quantidade de lama depositada.
As
margens dos cursos d’água tiveram centenas (provavelmente milhares) de árvores
e arbustos arrancados pela força da enxurrada. A terra das margens, sem raízes
que a firmem, tendem a ficar fracas e vão se “esfarelando” com a ação da força
da água, o que causa assoreamento e diminui as condições para existência de
peixes de médio e grande porte. Além disso, cursos d’água largos e rasos
aumentam o nível de evaporação, com maior probabilidade de sua inutilização
para atividades de produção ou até mesmo sua extinção. Para evitar o assoreamento
é necessário replantar nas margens dos cursos d’água atingidos as árvores e
arbustos que ali existiam.
Estes
são os fatos e possibilidades que mais chamaram minha atenção até o momento.
Logicamente existem outros aspectos e ações necessárias, mas estes já dão uma
noção da dimensão do desafio gerado pela calamidade, da corrida contra o tempo em
que se está para minimizar os prejuízos, do tamanho e dificuldade de
levantamento de informações e planejamento das prioridades e intensidade dos
trabalhos possíveis.
Veja detalhes em:
Jornalistas livres
Minas de tristeza
R7
Lama
contaminada tem concentração de metais até 1.300.00% acima do normal
A Gazeta
Material da
barragem contamina rios, mata aves, peixes e plantas
http://www.gazetaonline.com.br/2015/11/lama-de-barragem-tem-metais
Como amante da História, estou agora com uma preocupação: sendo Minas Gerais repleta de mineradoras e locais tombados como patrimônio histórico, esta calamidade mostrou que não há planos de acionamento da população e de ação, por parte das empresas e dos governos municipais e estadual, no caso de rompimento de outras barragens nas diferentes regiões do estado com maior número de municípios no Brasil. Fico imaginando quantos locais correm riscos de destruição ou inundação e suas populações não tem noção...
Como amante da História, estou agora com uma preocupação: sendo Minas Gerais repleta de mineradoras e locais tombados como patrimônio histórico, esta calamidade mostrou que não há planos de acionamento da população e de ação, por parte das empresas e dos governos municipais e estadual, no caso de rompimento de outras barragens nas diferentes regiões do estado com maior número de municípios no Brasil. Fico imaginando quantos locais correm riscos de destruição ou inundação e suas populações não tem noção...
Para
diminuir seus custos e responsabilidades, os governos (municipal, estadual e
federal) convenientemente criaram ou aceitam uma legislação negligente e
ineficiente onde, ao invés das autoridades manterem engenheiros e técnicos para
periodicamente visitar e avaliar barragens e outras estruturas potencialmente
perigosas, são as empresas que mantém ou contratam pessoal para realizar esta
tarefa e depois enviam ao governo laudos afirmando sua segurança. Eu não
imaginava que as autoridades se eximiam de sua responsabilidade de
fiscalização de forma tão óbvia e injustificável.
A
cidade de Barra Longa fica a 60 Km de Mariana e teve seu centro inundado com a subida do nível
das águas. Bento Rodrigues fica a
aproximadamente 15 Km de distância de Mariana. Já pensou no prejuízo
patrimonial e turístico se a enxurrada de lama tivesse devastado a parte baixa
de Mariana? Se reconstruir casas de um distrito é caro e demorado, o que dirá reformar
igrejas e dezenas de sobrados seculares seguindo critérios técnicos de material
e modo de construção. E a documentação, peças artísticas e mobiliário dos
museus, antigas instituições e residências particulares sendo danificados ou destruídos
pela lama? Há como reparar à altura um prejuízo desta dimensão?
Que triste destruição de vidas, natureza, história
e paz... Por outro lado, que satisfação em ver a solidariedade de muitos voluntários
doando recursos materiais, tempo e esforço na ajuda a pessoas e animais
atingidos. Tanta generosidade lotou os locais de armazenamento de donativos, a
ponto das autoridades em Mariana solicitarem que cessem as doações. Como é bom
ver a atuação empenhada e eficiente de militares, civis, autoridades e do
pessoal da Samarco para, dentro do possível, diminuir prejuízos e sofrimentos
dos atingidos.
A Samarco, que se mostrava cooperativa nos
trabalhos e custos iniciais da reparação da calamidade, tornou-se mais
defensiva na medida em que processos judiciais solicitando embargos de bens e
pedidos de indenizações cada vez mais altas foram levando a um radicalismo sem
bom senso que pode causar até mesmo a falência da empresa.
Não adianta acusar mineradoras e querer cobrar
absurdos delas, como se elas fossem apenas gananciosas parasitas, que tudo
tiram e nada oferecem. Elas causam muito estrago ambiental, mas também geram
riqueza com empregos e impostos recolhidos às prefeituras locais, além de patrocinar
projetos sociais regionais. A população de Mariana, preocupada com o
“linchamento” incitado à Samarco por alguns veículos da imprensa e disseminadas
opiniões pessoais, manifestou-se publicamente com os dizeres de que desejam
“justiça sim, desemprego não”, pois sabem que o fechamento da empresa causará
empobrecimento no município.
Complicada relação entre as mineradoras, a natureza
e a população. É necessária uma política de melhor distribuição às comunidades
locais no percentual dos lucros obtidos com a extração mineral através de impostos e
projetos que melhorem a saúde e educação. Programas de reflorestamento das
áreas mineradas e já consideradas inservíveis, bem como reciclagem e utilização
dos resíduos possíveis também diminuem o negativo impacto ambiental das áreas
de mineração. Com um pouco mais de consciência e boa vontade, e um pouco menos
de ganância por grandes lucros imediatos, a atual equação entre exploração e
degradação pode ter um resultado melhor.
Estes vídeos mostram um pouco da já antiga
movimentação por melhores compensações sobre as atividades de mineração, além
de alguns exemplos de como diminuir os impactos ambientais.
Mineração
e devastação em Minas Gerais
(11:09)
Este documentário mostra a longa relação de riqueza e destruição das
mineradoras com as populações e natureza em diferentes regiões de Minas Gerais,
deixando clara a deficiência na distribuição dos lucros e nas ações de
minimização dos impactos ambientais e humanos.
Lama de rejeitos da mineração transformados em
blocos de construção
(2:24)
Pesquisador da Universidade Federal de Ouro Preto (MG) encontrou uma
forma de transformar a lama da mineração em material de construção. Com boa vontade e criatividade o ser humano
consegue alguns feitos impressionantes. Falta o patrocínio para transformar
pequenas experiências em grandes realizações.
Reflorestamento em mina de
carvão na Espanha
(2:03)
É possível plantar árvores em
terrenos empobrecidos pela saturação de minérios, apesar da dificuldade. Basta
pesquisa e as ferramentas adequadas.
Lama abrasiva do setor de
rochas vira material para construção civil
(3:37)
Em Cachoeiro de
Itapemirim (ES), uma associação ambiental possibilita a purificação e
reutilização da água do processo de mineração, aproveitando os resíduos sólidos
para produzir tijolos, meio-fio e pisos.
Torço para que esta calamidade sirva como ponto de partida para leis e fiscalizações mais eficientes e compromissadas. Para que as comunidades onde as mineradoras trabalham sejam mais respeitadas e beneficiadas com as riquezas que dali retiram. Diferentemente do extrativismo animal e vegetal, onde é possível repor o que se extrai, minério não dá uma segunda safra. Uma vez esgotados os recursos, restam apenas imensas crateras cercadas de desmatamento e um vácuo de riqueza. É esse o retorno que o Brasil terá pela exploração de suas terras pelas mineradoras?
Torço para que esta calamidade sirva como ponto de partida para leis e fiscalizações mais eficientes e compromissadas. Para que as comunidades onde as mineradoras trabalham sejam mais respeitadas e beneficiadas com as riquezas que dali retiram. Diferentemente do extrativismo animal e vegetal, onde é possível repor o que se extrai, minério não dá uma segunda safra. Uma vez esgotados os recursos, restam apenas imensas crateras cercadas de desmatamento e um vácuo de riqueza. É esse o retorno que o Brasil terá pela exploração de suas terras pelas mineradoras?
Vídeos:
Tragédia em Mariana já é
considerada o maior desastre ambiental de Minas Gerais
Reportagem exibida
pelo Fantástico em 08 de novembro de 2012
Fotos revelam rachaduras em outra
barragem em Mariana
Reportagem exibida
pelo Fantástico em 15 de novembro de 2012
Fantástico entra na barragem que se rompeu em Mariana
Reportagem exibida
pelo Fantástico em 22 de novembro de 2012
Fotógrafo percorre dez cidades
acompanhando a lama no Rio Doce
http://g1.globo.com/fantastico/2015/11/fotografo-acompanha-lama-no-rio-doce
http://g1.globo.com/fantastico/2015/11/fotografo-acompanha-lama-no-rio-doce
(4:18)
Reportagem exibida
pelo Fantástico em 29 de novembro de 2012Portal Uai
Imagens aéreas mostram no Rio Doce
árvores arrancadas pela lama
(2:18)
Jornal Hoje
Distribuição de água no Espírito
Santo e em Minas Gerais gera confusão
(5:45)
G1
Casas, escola e igreja de Bento
Rodrigues antes e depois da lama
(3:51)
G1
Lama de barragem da Samarco chega
ao mar no Espírito Santo
(4:06)
Jornal Hoje
Lama da Samarco se alastra pelo
litoral do Espírito Santo
(2:44)
Jornal da Band
Cerca de oito toneladas de peixes
mortos foram recolhidas no Rio Doce
(3:19)
Jornal Hoje
Dinheiro e trabalho para recuperação das áreas atingidas
(3:51)
Jornal Nacional
Vale jogou mais rejeitos em MG do que declarou, revela documento
(1:32)
Jornal Nacional
O Jornal Nacional mostra o drama dos desabrigados de Bento Rodrigues um mês depois da tragédia
(4:59)
Lama da Barragem de Fundão chegando ao distrito de Camargos
(1:56)
Vídeo feito com celular por um morador da região mostra como a lama vai arrasando o que encontra pelo caminho.
Vídeo feito com celular por um morador da região mostra como a lama vai arrasando o que encontra pelo caminho.
( Clique nas imagens para ampliá-las )
Construções em Bento Rodrigues destruídas pela lama
O subdistrito de Bento Rodrigues devastado pela lama
Imagem: http://g1.globo.com/2015/11/distrito-de-mariana-e-inundado.#F1833906
Destruição no subdistrito de Paracatu de Baixo
( Marca na igreja mostra a altura em que chegou a lama )
Imagem: http://g1.globo.com/fotos/2015/11/distrito-de-mariana-e-inundado.html#F1835574
Paracatu de Baixo inundado pela lama da Barragem de Fundão
Imagem: http://www.em.com.br/2015/11/06/dilma-solidariza-com-vitimas-de-bento-rodrigues
Bombeiros no desgastante trabalho em meio à lama
Imagem: http://g1.globo.com/fotos/2015/11/distrito-de-mariana-inundado.html#F1835970
Árvores arrancadas pela lama se depositam em trecho do Rio Doce
Imagem: http://www.tribunaonline.com.br/rio-doce-e-tomado-por-lama-das-barragens-da-samarco
Peixes mortos no Rio Doce por falta de oxigênio devido à densidade da lama
Imagem: https://www.facebook.com/LugaresdeMinas
Imagem: https://www.facebook.com/LugaresdeMinas
Lama da Barragem de Fundão no litoral do Espírito Santo
Imagem: http://g1.globo.com/jornal-hoje/2015/11/lama-da-samarco-se-alastra-pelo-litoral-do-espirito-santo
Minas Gerais em luto e em luta
Foto: Sylvio Bazote