No século XVIII, aventureiros portugueses em busca de ouro levaram para a região de Minas Gerais a arte do queijo – uma forma de conservar e carregar o leite em suas longas viagens. À medida que estes exploradores percorriam novas áreas, a produção do queijo artesanal se espalhou por Minas Gerais, adaptando-se aos climas serranos.
O botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, em viagem pelo Brasil no século XIX, deixou registrada uma das primeiras receitas do queijo brasileiro:
O botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, em viagem pelo Brasil no século XIX, deixou registrada uma das primeiras receitas do queijo brasileiro:
"Tão logo o leite é tirado coloca-se nele o coalho, o que o faz talhar-se instantaneamente. O coalho mais usado é o de capivara, por ser mais facilmente encontrado. As fôrmas são de madeira e de feitio circular, tendo o espaço livre interno mais ou menos o tamanho de um pires. (...) O leite talhado é colocado dentro delas em pequenos pedaços, até enchê-las. Em seguida a massa é espremida com a mão, e o leite cai dentro de uma gamela colocada em baixo. À medida que a massa é talhada vai sendo comprimida na fôrma, nova porção é acrescentada, continuando-se a espremê-la até que a fôrma fique cheia de uma massa totalmente compacta. Cobre-se de sal a parte superior do queijo, e assim ele é deixado até a noite, quando então é virado ao contrário, pulverizando-se também de sal a parte agora exposta".
Mais de 200 anos se passaram e o jeito mineiro de fabricar queijos artesanais pouco mudou. Hoje não se usa mais o coalho de capivara, e o autêntico queijo Minas é produzido por 30 mil famílias, sendo considerado patrimônio cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O reconhecimento de sua importância para a identidade nacional motivou o diretor e roteirista Helvécio Ratton a produzir o documentário “O mineiro e o queijo”.
"Numa família como a minha, encabeçada por duas pessoas nascidas no interior de Minas, a presença do queijo era uma constante dentro de casa", diz Helvécio, que viajou pelas regiões mineiras do Serro, Serra da Canastra e Alto Paranaíba. Ele conta: "Aqueles que moram no Serro, por exemplo, são mais ligados à História, à tradição do queijo. Um deles, o Jorge Simões, tem em sua casa um pequeno museu do queijo, que, aliás, mostramos no filme. Já na Canastra, o pessoal é mais ligado à natureza. O Zé Pão, que é visto ao fim do documentário, mora no topo da Canastra, no meio da mais pura natureza. No Alto Paranaíba estão os melhores comerciantes, são os que melhor se organizaram e têm uma boa estrutura de venda, conseguindo com isso um preço mais alto pelos queijos".
Por ser patrimônio cultural e culinário do Brasil, o queijo Minas feito de leite cru é impedido de ser vendido fora de Minas Gerais por conta de desencontros na lei do Ministério da Agricultura, que regulamenta o comércio. Esse impasse é mostrado no documentário, que conta com depoimentos de José Newton Meneses, historiador do Iphan.
Texto:
Acesse os vídeos abaixo para saber mais sobre o queijo Minas.
O mineiro e o queijo - Trailer do documentário ( 9:43 )
e
Ponto Ciência - Fazendo Queijo Minas ( 9:41 )
https://www.youtube.com/watch?v=H-FXdGX9MUI
Juntamente com o queijo Minas, outro representante da culinária mineira é o pão de queijo.
Veja no vídeo abaixo, do programa Terra de Minas da Rede Globo, como se produz pão de queijo em uma autêntica cozinha mineira.
Receita do tradicional pão de queijo mineiro ( 6:42 )
Se quiser saber mais detalhes sobre o documentário "O mineiro e o queijo", acesse seu site:
http://www.omineiroeoqueijo.com.br/filme
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