Hora de ficar só.
Enxergo-me só e, talvez, eu precise ficar assim. Encontrar-me para, quem sabe um dia, encontrar alguém. Alguém que, em louca consciência, me aceitará por completo.
Preciso explorar a minha vida para, depois, dividi-la com alguém. Preciso planar nos conhecimentos do mundo e me perder em sonhos pouco palpáveis. Traçar horizontes e abraçar o sol. Esbarrar em mim todos os dias e refletir sobre a minha sina. Subir cumes de sentimentos e montanhas em lugares distintos. Apaixonar-me por pessoas de todos os tons.
Claro que, nas inesperadas vicissitudes da vida, eu posso sentir falta de ter alguém, mas preciso aprender domar as minhas carências cotidianas e reconhecer essa fase como necessária. Fase que me valoriza e enaltece o meu brio para um futuro mais notável e seguro. Adoro me conhecer, me descobrir e, por consequência, descobrir o mundo. Ele, que me oferece muito mais do que trabalhos rotineiros, beijos repetidos e conversas triviais nos mesmos lugares.
Nesse interim não quero esquecer ninguém, só quero levar lembranças empacotadas e recheadas para os meus momentos gozosos. E que eu sinta saudade, mas que também me sinta livre para criar novas saudades quando possível.
Não nasci para devaneios pequenos e confesso não trocar nenhuma segurança passageira pela minha satisfação de ter vivido tudo o que me é de direito viver. O meu maior medo, talvez, é o terminar de sonhar com a capacidade da vida.
Autoria: Fred Elboni
Publicação copiada e adaptada de:
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