São muitos os símbolos e elementos que compõem o carnaval no Brasil, de acordo com as tradições de cada região. Nesta publicação, relacionei os que são mais significativos em minha opinião. Para limitar o assunto, foquei no carnaval carioca (e da região sudeste consequentemente), pois o carnaval na Bahia, em Pernambuco, no Amazonas e em outros estados têm características peculiares e belas, mas que tornariam esta postagem extensa demais.
Samba
A palavra ''samba'' vem de semba – ritmo que os escravos tocavam nas senzalas. O samba é um gênero musical oriundo do Rio de Janeiro, no Brasil. Considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras, deriva do samba de roda, um tipo de dança de raízes dos escravos africanos levados para a Bahia. Dentre suas características originais, possui dança acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima.
Embora houvesse variadas formas de samba no Brasil (não apenas na Bahia, como também no Maranhão, em Minas Gerais, em Pernambuco e em São Paulo) sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical urbana surgida no início do século XIX na cidade do Rio de Janeiro que, sendo a capital do Império do Brasil, passou a receber escravos vindos de outras regiões do país, sobretudo da Bahia. Foi nesse contexto que nasceram os aglomerados em torno das religiões iorubás, principalmente na região da Praça Onze, onde atuavam mães e pais de santo. Foi nessa ambiência que as primeiras rodas de samba apareceram, misturando-se os elementos do batuque africano com a polca, o maxixe e o xote, fazendo nascer um gênero musical de caráter totalmente singular.
Corte Real ( Corte Carnavalesca )
Corte Real é o nome dado ao cortejo do carnaval, composto pelo Rei Momo, Rainha do Carnaval e Princesas do Carnaval. A escolha das pessoas se faz através de diferentes formas, geralmente sendo organizados concursos por ligas de carnaval e instituições públicas.
O Rei Momo (também conhecido como Rei Momozudo) é considerado o dono do Carnaval, quem comanda a folia. Deve possuir uma atitude brincalhona e simpática, e preferencialmente ser gordo, pela associação a uma vida boêmia e relaxada. Vindo da mitologia grega, Momo é filho do sono e da noite, sendo expulso do Olimpo porque tinha como diversão ridicularizar as outras divindades.
Um trio de belas mulheres compõem o cortejo real, sendo que a Rainha do Carnaval sempre acompanha o Rei Momo nas festividades carnavalescas. e eventualmente as duas Princesas do Carnaval, em posição de menor destaque, todos com a função de manter a alegria da folia, com animação e dança. Após o reinado, muitas delas se tornam rainhas ou madrinhas de bateria.
Corte Carnavalesca (Rei Momo, Rainha do Carnaval e Princesas do Carnaval)
Escola de samba
Escola de samba é um tipo de agremiação de cunho popular que se caracteriza pelo canto e dança do samba, geralmente com intuito competitivo. Sendo um tipo de associação originária da cidade do Rio de Janeiro, as escolas de samba se apresentam em espetáculos públicos, em forma de cortejo, onde representam um enredo, ao som de um samba-enredo, acompanhado por uma bateria; com seus componentes – que podem ser algumas centenas ou até milhares – usando fantasias alusivas ao tema proposto, sendo que a maioria destes desfila a pé e uma minoria desfila sobre "carros", onde também são colocadas esculturas e além de outros adereços.
As escolas de samba têm investido cada vez mais em aspectos cênicos, com alguns componentes executando dramatizações teatrais ou coreografias, tornando os desfiles em disputadas atrações turísticas. Expressiva quantidade de escolas de samba – principalmente as do Rio de Janeiro – possui em sua denominação a expressão "Grêmio Recreativo Escola de Samba" (representada pela sigla GRES) antes do seu nome propriamente dito. Em São Paulo é também comum a sua derivação "Grêmio Recreativo Cultural e Escola de Samba". Há variações, como "Agremiação Recreativa e Escola de Samba" tal e "Sociedade" tal. Essa padronização nas nomenclaturas das entidades surgiu em 1935, quando as agremiações carnavalescas cariocas foram obrigadas a tirar um alvará na Delegacia de Costumes e Diversões para poderem desfilar. O delegado titular, Dulcídio Gonçalves, decidido a dar um aspecto de maior organização aos desfiles de escolas de samba, negou-se a conceder o alvará para associações com nomes considerados questionáveis, por deselegância ou incentivo a praticas criticáveis.
A preparação do desfile de uma escola de samba é um trabalho que dura o ano todo, sendo considerado comunitário, apesar da contratação de alguns profissionais de elevado custo. Além de um grupo musical, as escolas frequentemente tornaram-se associações de bairro que auxiliam com projetos a dinâmica social das comunidades que elas representam (tais como recursos educacionais e de cuidados médicos). Para tanto, além das verbas públicas, eventos como ensaios, almoços, rifas, visitações, entre outros, formam ao longo do ano o capital necessário para custear as produções (elaboradas e caras no caso das escolas do grupo de elite).
Escola de Samba
Bloco carnavalesco
No Brasil, bloco carnavalesco é um termo usado para definir diversos tipos de manifestações carnavalescas populares. Designa um conjunto de pessoas que desfilam no Carnaval, de forma semi-organizada, trajando uma mesma fantasia ou fantasias diversificadas. Geralmente constituem uma agremiação.
Ao longo do tempo, diversos grupos carnavalescos já foram genericamente chamados de blocos, havendo atualmente blocos que são mais parecidos com escolas de samba, outros mais parecidos com os antigos cordões, e outros de diversos tipos.
Bloco Juventude Bronzeada - Minas Gerais
Carro alegórico
Carruagem ou grande carro fantasiado e elaborado para apresentação de alegorias em desfiles ou paradas.
Os carros alegóricos das grandes escolas de samba são construídos com um chassis de caminhão em variados eixos de rodagem. Para suportar o peso das alegorias e pessoas, a estrutura é reforçada com vigas e colunas de aço e coberto por tablados de madeira. O formato final é feito, em grande parte, com madeira e isopor. Esculturas de isopor são revestidas de papel e cola, com camadas de massa corrida ou tecido. Pintura e decoração são a etapa final, juntamente com a instalação de luzes e efeitos especiais – como fogo, água ou canhões de papel picado.
Os carros maiores são equipados com extintores de incêndio, escondidos em locais de fácil acesso. Quando a decoração leva sapê, palha e outros materiais inflamáveis, um líquido antichamas é aplicado momentos antes do desfile.
Embora seja permitido usar motores, muitas impulsionam o carro através da força muscular de pessoas (que podem chegara 50 entre as que empurram na parte de trás e auxiliam nas laterais Um motorista escondido no meio das ferragens ou duas pessoas na lateral externa controlam a direção do deslocamento.
Medindo muitos metros de comprimento e de altura, os maiores carros são montados por guindastes que encaixam as peças durante a semana que antecede o desfile. As pessoas que desfilarão como destaques sobem minutos antes através de elevadores ou empilhadeiras.
No Brasil, os carros alegóricos das grandes escolas de samba se tornaram complexas obras de engenharia, pesando toneladas.
Carro alegórico
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Mestre-sala e porta-bandeira são um casal de dançarinos que exercem a função de conduzir e apresentar a bandeira de uma escola de samba durante o seu desfile no carnaval.
No desfile das escolas de samba, os casais devem se apresentar para os jurados, que vão avaliar a fantasia e a dança. Entre os passos obrigatórios estão os meneios, as meias-voltas, os giros completos, os torneados e as mesuras. Os dois jamais podem dar as costas um ao outro ao mesmo tempo. O mestre-sala precisa passar a impressão de que está protegendo a sua parceira, que por sua vez não pode deixar a bandeira se enrolar no mastro, bater em seu corpo ou no rosto do parceiro.
Mestre Sala e Porta-Bandeira
Rainha de Bateria & Madrinha de Bateria
A cada ano o carnaval apresenta suas novidades, enriquecendo a festa, tornando-a mais bonita e divertida para os foliões e plateia.
Existem controvérsias quanto à primeira rainha de bateria. Alguns consideram que a ideia surgiu na década de 1970, tendo Adele Fátima, mulata famosa, desfilado à frente da bateria da escola Mocidade Independente de Padre Miguel, mas a mesma não foi batizada como rainha de bateria.
Em 1985, a mesma escola de samba, estando no primeiro grupo do Rio de Janeiro, deu início à novidade, convidando a então modelo Monique Evans para compor a personagem.
A intenção de uma rainha de bateria é de que a mesma auxilie o mestre de bateria no comando da ala de percussão, levando mais animação para os instrumentistas, puxando o samba, não deixando o ritmo cair.
A rainha de bateria não é um quesito avaliado individualmente, mas encaixa-se em alegorias e adereços. São avaliadas suas fantasias, seu empenho durante o desfile, se realmente comanda a percussão e anima os integrantes.
Há disputa pelas candidatas, muitas vezes causando ciúmes e intrigas entre as mesmas, pois as escolas convidam artistas que não fazem parte da comunidade, mas dão visibilidade em propagandas, deixando de lado as mulheres que vivem na comunidade que são importantes para a escola de samba por sua beleza, dança e empenho. Por esse motivo, algumas escolas adotaram uma rainha e uma madrinha de bateria, mas a experiência nem sempre é favorável. Houve casos em que ambas desfilaram lado a lado sem se olharem.
Rainha da Bateria
Pandeiro, Tamborim e Cuíca
Uma bateria de escola de samba possui uma grande variedade de instrumentos, mas em minha opinião esses três sintetizam a vibração (e a malandragem) carnavalesca:
Pandeiro é o nome dado a alguns instrumentos musicais de percussão que consistem numa pele esticada numa armação (aro) estreita, que não chega a constituir uma caixa de ressonância. São geralmente circulares (por exemplo, na pandeireta), mas podem ter outros formatos (por exemplo, quadrangular no adufe). Enfiadas em intervalos ao redor do aro, podem existir platinelas simples ou duplas de metal, ou não (por exemplo, no tamborim). Pode ser movimentado para produzir som contínuo de entrechoque, ou percutido com a palma da mão e os dedos.
No Brasil, a palavra “pandeiro” veio a designar um pandeiro específico, de dimensões que variam de 8 a 12", muito usado no samba e no pagode, mas não se limitando a esses ritmos, sendo encontrado no baião, coco, maracatu, entre outros, e por isso, considerado por alguns o instrumento nacional do Brasil.
Tamborim é um instrumento de percussão constituído por uma membrana esticada em uma de suas extremidades, sobre uma armação, sem caixa de ressonância, normalmente confeccionada em metal, acrílico ou PVC (policloreto de vinila). No Brasil, é comumente utilizado nos ritmos de origem africana, como o samba, a batucada e o cucumbi. O instrumentista o segura com uma das mãos e o percute (golpeia) com uma ou mais baquetas, normalmente de plástico, medindo aproximadamente 15 cm de comprimento.
A cuíca (ou puíta) é um instrumento musical semelhante a um tambor, com uma haste de madeira presa no centro da membrana de couro, pelo lado interno. O som é obtido friccionando a haste com um pedaço de tecido molhado e pressionando a parte externa da cuíca com dedo, produzindo um som de ronco característico. Quanto mais perto do centro da cuíca mais agudo será o som produzido.
Tamborim, Pandeiro e Cuíca
Confete & Serpentina
O confete aparece pela primeira vez no carnaval de Roma sobre a forma de "confetti", ou "confeitos" de açúcar que as pessoas jogavam umas sobre as outras durante o corso nas ruas da cidade. O confete de papel é noticiado pela primeira vez no carnaval de Paris (França), em 1891.
As batalhas de confete, ou batalhas de flores, eram os nomes dados às diversões características da elite desde meados do século XIX, quando grupos em carruagens e depois automóveis, ao se cruzarem lançavam uns sobre os outros, pequenos buquês de flores, confetes ou serpentinas procurando copiar os modos "civilizados" do carnaval de Nice (França). O projeto de um carnaval sofisticado e exclusivo da elite, porém, acabaria esbarrando no senso de humor dos brasileiros, que deram um toque popular ao elegante divertimento fazendo com que as batalhas de confetes se transformassem no chamado corso.
Os primeiros relatos sobre o uso da serpentina vêm de Paris e informam que ela começou a ser usada durante o carnaval de 1892 – um ano depois do confete – por um empregado do telégrafo de Paris (França), cujo nome é desconhecido e que trabalhou numa agência dos Correios chamada Paris 47. Para fazê-la, ele usou tira de papel Código Morse que estavam em bobinas inutilizáveis, que iriam para o lixo.
Atualmente a serpentina é um pequeno rolo de papel fino, com diferentes cores, utilizado durante variadas festas, especialmente o carnaval. A serpentina de corrente, que está à venda atualmente, é muito mais fina e de menor comprimento do que as primeiras fabricadas.
Confete e Serpentina
Zé Pereira
Os grupos chamados "Zés-Pereiras" são característicos das festas e romarias do norte de Portugal, desfilando pelas ruas tocando instrumentos de percussão (caixas de rufo, timbalões e bombos) e instrumentos de sopro (flautas e sanfonas), às vezes acompanhados de grandes bonecos (lá chamados de “gigantones” e “cabeçudos”). Zé Pereira é uma forma de diversão carnavalesca caracterizada por foliões tocando tambores e desfilando em parada, geralmente com bonecos mascotes do bloco e outros de celebridades da cidade. Na segunda metade do século XIX, o termo era usado para qualquer tipo de bagunça carnavalesca acompanhada de zabumbas e tambores, semelhantes ao que chamaríamos hoje de bloco de sujo
Apesar de diferentes versões, a com maior defensores é a de que a tradição lusitana chegou ao Brasil com os imigrantes estabelecidos em 1846 na cidade do Rio de Janeiro, entre eles o comerciante português José Nogueira de Azevedo Paredes, que no mesmo ano fundou o primeiro bloco carnavalesco nestes moldes. Em 1876, ele mudou-se para Ouro Preto para trabalhar no Palácio dos Governadores e lá continuou as atividades do bloco até sua morte, tendo a folia se perpetuado nas ladeiras da cidade até os dias atuais.
No Brasil, de conceito genérico aplicado aos tipos de blocos, o Zé Pereira tornou-se uma personagem, apelidada como “O Homem da Meia-Noite”. O desta figura se originou nas ladeiras de Olinda (PE), onde com seus aproximadamente 3,5 metros de altura e 50kg, o boneco se veste tradicionalmente com fraque, cartola e gravata borboleta, abrindo oficialmente o carnaval olindense sempre a zero hora do sábado de Zé Pereira, com um percurso atual de 3,5 km pelo Sítio Histórico de Olinda, e retorna aproximadamente às 3:30. A tradição de começar o desfile à meia-noite dá à folia um caráter solene e místico.
Zé Pereira
Baile de máscaras
O baile de máscaras foi introduzido pelo papa Paulo II, no século XV. Na medida em que, nos séculos XVI e XVII, as festas carnavalescas se firmavam como período de diversão, liberdade e libertinagem na Europa, a nobreza e os ricos, que tinham um nome a zelar, se ressentiam com a entrega aos prazeres realizada pelos pobres em geral neste período. Para burlar esta limitação, a elite criou os bailes de máscaras em suas amplas residências e palácios, onde o anonimato garantiria a liberdade para dar vazão aos desejos reprimidos no resto do ano, que variavam desde comer sem restrições e beijos roubados até insultos a inimigos e orgias em pequenos grupos fechados.
As máscaras eram parte de uma fantasia elaborada e cara, tornando os bailes de máscaras uma atividade dos que possuíam posses, o que conferiu ao evento um caráter sofisticado e restrito. Somente após a Primeira Guerra Mundial, com o fim da época dos grandes impérios, os bailes de máscaras passaram a ser adotados por uma população progressivamente descompromissada com tradições familiares, que se permitiam usar fantasias e máscaras bem mais simples e baratas nos períodos carnavalescos, não somente em clubes como também nas folias das ruas.
Baile de Máscaras
Fantasias
A partir de 1870 as fantasias aumentaram de importância para as festividades do carnaval de rua, como forma das pessoas se divertirem no evento.
Na década de 1920 os bailes de gala foram instituídos no Brasil, seguindo o modelo dos bailes de Veneza (Itália), sendo as fantasias avaliadas nas categorias luxo e originalidade.
Até 1930 as fantasias eram simples, com roupas adaptadas, tingidas, enfeitadas de forma ingênua, pois os materiais que poderiam enriquecê-las, como os tecidos, ornamentos, sapatilhas, adereços de cabeça, eram muito caros, aparecendo mais nos desfiles de escolas de samba. Nos clubes e desfiles de rua, surgiram os blocos, onde um grupo de pessoas vestia-se igual. Alguns disfarces tornaram-se mais famosos, como caveira, odalisca, médico, morcego, malandro, super-heróis, diabo, príncipe, bobo da corte, pierrô, colombina, vedete, palhaço.
As fantasias das escolas de samba são parte essencial do desfile. Elas explicam a história contada na letra do samba enredo. Devem ser coerentes ao tema e aparecer em harmonia com o conjunto da escola. A escola de samba é dividida em alas e cada ala possui um modelo diferente de fantasia, que deve ser respeitado e seguido por todos os integrantes.
O julgamento das fantasias é feito analisando a criatividade, o significado e importância para o enredo, a boa utilização das cores e distribuição dos materiais, a riqueza dos materiais usados na confecção, os acabamentos das roupas, os detalhes, os adereços que compõem as peças, etc.
Na década de 1920 os bailes de gala foram instituídos no Brasil, seguindo o modelo dos bailes de Veneza (Itália), sendo as fantasias avaliadas nas categorias luxo e originalidade.
Até 1930 as fantasias eram simples, com roupas adaptadas, tingidas, enfeitadas de forma ingênua, pois os materiais que poderiam enriquecê-las, como os tecidos, ornamentos, sapatilhas, adereços de cabeça, eram muito caros, aparecendo mais nos desfiles de escolas de samba. Nos clubes e desfiles de rua, surgiram os blocos, onde um grupo de pessoas vestia-se igual. Alguns disfarces tornaram-se mais famosos, como caveira, odalisca, médico, morcego, malandro, super-heróis, diabo, príncipe, bobo da corte, pierrô, colombina, vedete, palhaço.
As fantasias das escolas de samba são parte essencial do desfile. Elas explicam a história contada na letra do samba enredo. Devem ser coerentes ao tema e aparecer em harmonia com o conjunto da escola. A escola de samba é dividida em alas e cada ala possui um modelo diferente de fantasia, que deve ser respeitado e seguido por todos os integrantes.
O julgamento das fantasias é feito analisando a criatividade, o significado e importância para o enredo, a boa utilização das cores e distribuição dos materiais, a riqueza dos materiais usados na confecção, os acabamentos das roupas, os detalhes, os adereços que compõem as peças, etc.
Pierrô e Colombina
Na consagrada ópera popular I Pagliacci (“O Palhaço”, em italiano), os personagens trabalham num circo e a colombina era a amada pelo pierrô (um ingênuo e sentimental palhaço), mas gostava do astuto e expansivo arlequim (herdeiro dos medievais bobos da corte). Durante uma das apresentações do teatro cômico do circo, a colombina recebia seu "amante" arlequim para quem botava mesa para jantar, numa encenação caricatural para entreter o público. Como parte do enredo, o pierrô entra em cena como se fosse o suposto marido da colombina que chegasse em casa. Não suportando naquele dia a cena de flerte e a risada de todos o ridicularizando, sai do seu papel e começa a discutir com a colombina que, lhe responde que ele é apenas um amigo. Nem os artistas nem o público entendem que os sentimentos são reais e a cena agrava-se com o pierrô exigindo saber o nome do amado da colombina, que se recusa a dizer e, ao perceber que não se tratava de uma encenação, tenta correr para a multidão, mas é agarrada e mortalmente ferida pelo canivete do pierrô. Ela grita por ajuda, chamando o arlequim que, correndo na defesa dela, também é apunhalado. Enquanto a multidão recua confusa e horrorizada, o enlouquecido pierrô fala "a comédia acabou!", encerrando o espetáculo.
A peça, composta pelo italiano Ruggero Leoncavallo e representada pela primeira vez no Teatro dal Verme de Milão, em 21 de maio de 1892, tornou-se um sucesso e foi adaptada pelos grupos de teatro de rua, que ajudaram a popularizar os desencontros desse amor, cativando o imaginário dos sentimentais, que os interpretam as personagens numa espécie de Romeu e Julieta carnavalesco.
Arlequim, Colombina e Pierrot
Frevo
O frevo é um ritmo musical e uma dança brasileira com origem no estado de Pernambuco. Sua música baseia-se na fusão de gêneros como marcha, maxixe, dobrado e polca, e sua dança foi influenciada pela capoeira.
Surgido em Pernambuco no fim do século XIX, o frevo caracteriza-se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte, fazendo uso de porretes ou cabos de velhos guarda-chuvas como arma.A palavra “frevo” vem de ferver, por corruptela, “frever”, que passou a designar efervescência, agitação da grande massa popular durante as comemorações.
A dança do frevo pode ser de duas formas: quando a multidão dança, ou quando passistas realizam os passos mais difíceis, de forma acrobática durante o percurso. O frevo possui mais de 120 passos catalogados e os músculos mais requisitados dpela dança são os das pernas e do abdômen. Foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO no ano de 2012.
Maracatu
O Maracatu é caracterizado pelo uso predominante de instrumentos de percussão de origem africana. Com ritmo intenso e frenético, teve origem nas congadas, cerimônias de coroação dos reis e rainhas da nação negra.
Na percussão chamam a atenção os grandes tambores – chamados alfaias – que são tocados com talabartes (baquetas especiais para o instrumento). Estes dão o ritmo ou o baque da música e são acompanhados pelos caixas ou taróis, ganzás e um gonguê ou agogô.
Associado à cidade de Recife (PE) e às festividades carnavalescas, o maracatu tem essencialmente um caráter religioso. Os tambores e as calungas (bonecas) são recolhidos 15 dias antes do carnaval nos terreiros de umbanda, onde são feitas as obrigações, e só saem na sexta-feira, dia dedicado à Oxalá.
Em 2015, o Maracatu foi declarado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como Patrimônio Imaterial Nacional.
Imagem: http://www.viajandosempressa.com.br/carnaval-de-olinda-patrimonio-cultural-mundial-pela-unesco
Bonecos Gigantes ( Bonecos de Olinda )
Os Bonecos Gigantes surgem na Europa, provavelmente na Idade Média, sob a influência dos mitos pagãos escondidos pelos temores da Inquisição. Chegam em Pernambuco na pequena cidade de Belém do São Francisco, no sertão do estado, com a vinda ao Brasil de um padre belga que levou ao conhecimento de seus discípulos esta tradição europeia, inspirando um jovem a construir, em 1919, o Zé Pereira, primeiro boneco gigante do Brasil, confeccionado em corpo de madeira e cabeça em papel machê. Somente em 1929 resolveram criar sua companheira, boneca esta batizada com o nome de Vitalina.
Os Bonecos Gigantes surgem na Europa, provavelmente na Idade Média, sob a influência dos mitos pagãos escondidos pelos temores da Inquisição. Chegam em Pernambuco na pequena cidade de Belém do São Francisco, no sertão do estado, com a vinda ao Brasil de um padre belga que levou ao conhecimento de seus discípulos esta tradição europeia, inspirando um jovem a construir, em 1919, o Zé Pereira, primeiro boneco gigante do Brasil, confeccionado em corpo de madeira e cabeça em papel machê. Somente em 1929 resolveram criar sua companheira, boneca esta batizada com o nome de Vitalina.
A tradição dos bonecos gigantes ganhou as ladeiras de Olinda em 1932, com a criação do boneco do Homem da Meia Noite, confeccionado pelas mãos dos artistas plásticos Anacleto e Bernardino da Silva. Em 1937 surgiu a Mulher do Meio Dia; em 1974 foi à vez do Menino da Tarde pelas mãos do artista plástico Silvio Botelho Botelho, que popularizou a tradição com criação do Encontro dos Bonecos Gigantes, onde vários bonecos de diversos artistas se encontram para um grande desfile pelo centro histórico de Olinda na terça de carnaval. São feitos de tecido, isopor, papel, madeira, fibra de vidro e alumínio, podendo variar de altura de 3,50 a 3,90 metros, pesando em média 35 quilos.
O mito popular do homem da meia-noite afirma que, todos os dias, exatamente à meia-noite, um homem muito bonito seguia a pé pela Rua do Bonsucesso. Ele fazia sempre o mesmo caminho. Depois de algum tempo, as moças da rua descobriram a rotina dele e passaram a esperar, escondidas, atrás das janelas, para admirar o belo homem que passava pela rua. A fama desse costume foi se espalhando e virou uma brincadeira de carnaval. Fizeram um boneco bem grande, todo bonito e elegante, de terno, gravata e chapéu, para passar à meia-noite, começando a festa de carnaval, na sexta-feira.
O mito popular do homem da meia-noite afirma que, todos os dias, exatamente à meia-noite, um homem muito bonito seguia a pé pela Rua do Bonsucesso. Ele fazia sempre o mesmo caminho. Depois de algum tempo, as moças da rua descobriram a rotina dele e passaram a esperar, escondidas, atrás das janelas, para admirar o belo homem que passava pela rua. A fama desse costume foi se espalhando e virou uma brincadeira de carnaval. Fizeram um boneco bem grande, todo bonito e elegante, de terno, gravata e chapéu, para passar à meia-noite, começando a festa de carnaval, na sexta-feira.
Trio Elétrico
Trio elétrico é o nome pelo qual, no Brasil, é chamado o caminhão adaptado com aparelhos de sonorização para a apresentação de música ao vivo, através de alto-falantes, em que são executados samba, frevos e outros ritmos. É um grande fenômeno de massa do Brasil.
Teve sua origem em Salvador (BA), no ano de 1950 e, ao longo das décadas, evoluiu ao ponto de se tornar um dos grandes atrativos do Carnaval da Bahia e outras festas do país.
Dodô (Antônio Adolfo Nascimento) e Osmar (Osmar Álvares Macedo) foram os inventores do trio elétrico no carnaval baiano. Conheceram-se em um programa de rádio em 1938 e, estudando música e eletrônica, pesquisavam uma forma de amplificar o som dos instrumentos de corda. No carnaval de 1950, a Academia de Frevo do Recife fez uma apresentação em Salvador e causou sensação com sua música, com uma multidão animada acompanhando os músicos pernambucanos pelas ruas em direção à rua Chile, então principal via de Salvador, quando um ferimento num dos músicos pernambucanos fez com que o grupo interrompesse a apresentação, frustrando o público.
Diante da animação com que o público reagia ao frevo e para suprir a vontade provocada pela interrupção do desfile, Dodô e Osmar adaptam um Ford 1929 com dois alto-falantes, ligando à bateria do automóvel um violão e um protótipo de guitarra (na ocasião chamada “pau elétrico” e hoje nomeada guitarra baiana – diferenciada por ser menor e ter cinco cordas ao invés das tradicionais seis) e saíram equilibrando-se no automóvel pelas ruas executando o ritmo recifense, com enorme sucesso. Estava, assim, instituída a dupla elétrica Dodô e Osmar.
No ano seguinte fizeram aperfeiçoamentos e incluíram mais um membro – Temístocles Aragão – formando assim o trio elétrico em 1951. Na configuração do trio, Osmar tocava a famosa guitarra baiana (de som agudo), Dodô era responsável pelo violão-pau-elétrico (de som grave), e Aragão pelo triolim (como era conhecido o violão tenor, de som médio). Diante do sucesso popular, no ano seguinte a Coca-Cola colocou um caminhão decorado e com oito alto-falantes à disposição dos músicos, inaugurando o formato consagrado até hoje.
Em 1969 a canção “Atrás do Trio Elétrico”, de Caetano Veloso, divulga em todo o Brasil o fenômeno até então restrito aos estados da Bahia e Pernambuco.
No início os trios elétricos eram em carros, depois começaram a desfilar em caminhonetes e caminhões pequenos, que eram melhores para acomodar bandas completas, para então evoluírem em complexidade e tamanho até usarem carretas. Atualmente os maiores trios são dotados de dois geradores – sendo um principal e um reserva – com controles eletrônicos e microfones de alta qualidade. As mesas de som, processadores e amplificadores são digitais, permitindo uma extrema qualidade e definição do som, com mínimas distorções e ruídos. Os alto-falantes utilizam materiais mais leves, gerando menos aquecimento e distorções. O projeto acústico das caixas de som evoluiu muito, gerando maior alcance. O resultado desta combinação gera altíssimo volume sonoro sem distorções.
Algumas palavras passaram a ter significados específicos, quando ligados ao trio elétrico:
Abadá - Camisa destinada a identificar os integrantes do bloco de trio e que permite àqueles que o usam ficar na parte interna das cordas que cercam o bloco.
Cordeiro - segurança contratado para conduzir as cordas que cercam os integrantes do bloco de trio e impedir a entrada de pessoas sem o abadá.
Pipoca - folião que, não tendo abadá, fica de fora das cordas acompanhando os trios que passam.
Teve sua origem em Salvador (BA), no ano de 1950 e, ao longo das décadas, evoluiu ao ponto de se tornar um dos grandes atrativos do Carnaval da Bahia e outras festas do país.
Dodô (Antônio Adolfo Nascimento) e Osmar (Osmar Álvares Macedo) foram os inventores do trio elétrico no carnaval baiano. Conheceram-se em um programa de rádio em 1938 e, estudando música e eletrônica, pesquisavam uma forma de amplificar o som dos instrumentos de corda. No carnaval de 1950, a Academia de Frevo do Recife fez uma apresentação em Salvador e causou sensação com sua música, com uma multidão animada acompanhando os músicos pernambucanos pelas ruas em direção à rua Chile, então principal via de Salvador, quando um ferimento num dos músicos pernambucanos fez com que o grupo interrompesse a apresentação, frustrando o público.
Diante da animação com que o público reagia ao frevo e para suprir a vontade provocada pela interrupção do desfile, Dodô e Osmar adaptam um Ford 1929 com dois alto-falantes, ligando à bateria do automóvel um violão e um protótipo de guitarra (na ocasião chamada “pau elétrico” e hoje nomeada guitarra baiana – diferenciada por ser menor e ter cinco cordas ao invés das tradicionais seis) e saíram equilibrando-se no automóvel pelas ruas executando o ritmo recifense, com enorme sucesso. Estava, assim, instituída a dupla elétrica Dodô e Osmar.
No ano seguinte fizeram aperfeiçoamentos e incluíram mais um membro – Temístocles Aragão – formando assim o trio elétrico em 1951. Na configuração do trio, Osmar tocava a famosa guitarra baiana (de som agudo), Dodô era responsável pelo violão-pau-elétrico (de som grave), e Aragão pelo triolim (como era conhecido o violão tenor, de som médio). Diante do sucesso popular, no ano seguinte a Coca-Cola colocou um caminhão decorado e com oito alto-falantes à disposição dos músicos, inaugurando o formato consagrado até hoje.
Em 1969 a canção “Atrás do Trio Elétrico”, de Caetano Veloso, divulga em todo o Brasil o fenômeno até então restrito aos estados da Bahia e Pernambuco.
No início os trios elétricos eram em carros, depois começaram a desfilar em caminhonetes e caminhões pequenos, que eram melhores para acomodar bandas completas, para então evoluírem em complexidade e tamanho até usarem carretas. Atualmente os maiores trios são dotados de dois geradores – sendo um principal e um reserva – com controles eletrônicos e microfones de alta qualidade. As mesas de som, processadores e amplificadores são digitais, permitindo uma extrema qualidade e definição do som, com mínimas distorções e ruídos. Os alto-falantes utilizam materiais mais leves, gerando menos aquecimento e distorções. O projeto acústico das caixas de som evoluiu muito, gerando maior alcance. O resultado desta combinação gera altíssimo volume sonoro sem distorções.
Algumas palavras passaram a ter significados específicos, quando ligados ao trio elétrico:
Abadá - Camisa destinada a identificar os integrantes do bloco de trio e que permite àqueles que o usam ficar na parte interna das cordas que cercam o bloco.
Cordeiro - segurança contratado para conduzir as cordas que cercam os integrantes do bloco de trio e impedir a entrada de pessoas sem o abadá.
Pipoca - folião que, não tendo abadá, fica de fora das cordas acompanhando os trios que passam.
Imagem (acima e esquerda): http://expressaosergipana.com.br/das-guitarras-baianas-ao-trio-eletrico
Imagem (acima e direita): http://www.alegriatemnome.com.br/site/index.php/musica/58-musica-2
Imagem (abaixo): https://franks-travelbox.com/brasilien/salvadordabahia/karneval-in-salvador-da-bahia
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Para saber sobre as origens e curiosidades do Carnaval, acesse:
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Fontes de referência:
Símbolos
Símbolos de Carnaval
https://www.simbolos.net.br/simbolos-de-carnaval
Bol
12 símbolos do Carnaval
https://noticias.bol.uol.com.br/a-origem-de-12-simbolos-do-carnaval
Gazeta de Iracemápolis
Curiosidades sobre o Carnaval
http://gazetadeiracemapolis.com.br/curiosidades-sobre-o-carnaval
Mundo Estranho
Como surgiram o confete e a serpentina
http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/como-surgiram-o-confete-e-a-serpentina
Wikipédia
Samba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Samba
História do Mundo
Origem do Samba
http://historiadomundo.uol.com.br/curiosidades/origem-samba.htm
Wikipédia
O rei Momo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rei_Momo
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Colombina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Colombina
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Arlequim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arlequim
Wikipédia
Pierrô (Pierrot)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierrot
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Pandeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pandeiro
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Tamborim
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Cuica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cu%C3%ADca
Wikipédia
Escola de Samba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_samba
Wikipédia
Bloco Carnavalesco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bloco_carnavalesco
Dicionário Informal
Carro Alegórico
http://www.dicionarioinformal.com.br/carro%20aleg%C3%B3rico
Como é feito um Carro Alegórico
Guia de Educação
Como surgiram as fantasias e as máscaras de carnaval
https://canaldoensino.com.br/blog/como-surgiram-as-fantasias-e-as-mascaras-de-carnaval
Zé Pereira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_Pereira
Wikipédia
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre-sala_e_porta-bandeira
Brasil Escola
Rainha da Bateria
http://brasilescola.uol.com.br/carnaval/rainha-bateria.htm
Wikipédia
Frevo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Frevo
Sua Pesquisa
Maracatu
https://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/maracatu.htm
Wikipédia
Bonecos de Olinda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Boneco_de_Olinda
Embaixada de Pernambuco
História dos Bonecos Gigantes de Olinda
http://www.bonecosgigantesdeolinda.com.br/historia.php
Wikipédia
Trio Elétrico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trio_el%C3%A9trico
Terra
Trio Elétrico: um sessentão arretado
https://www.terra.com.br/diversao/carnaval/salvador/trio-eletrico-um-sessentao-arretado
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